Expresso o meu profundo sentimento de desgosto ao escrever esta carta. Quando o mundo tenta a todo custo derrubar os valores deixados por Jesus, exigindo de nós vigia contínua; ainda temos que nos preocupar com nossas próprias costas, com as pessoas da nossa própria Igreja.
"Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade." (João Mariano, publicitário e responsável pelo planejamento de marketing e comunicação digital, da TI da FJPII, ao defender a entrada da Canção Nova no Second Life.)
[A fonte desta citação foi apagada pela Canção Nova, mas você ainda pode conferir na cópia do original, exatamente como João Mariano escreveu, AQUI; ou ainda, na própria fonte original que ficou registrado na memória (cache) dos servidores Google em 18 de setembro, quando a fonte ainda existia, AQUI; ou ainda, na matéria escrita do jornalismo da Canção Nova, que cobriu a inauguração da Canção Nova no Second Life, AQUI; ou numa matéria similar veiculada na televisão, que foi gravada e disponibilizada, AQUI; vídeo este que fizeram referência em outra matéria, AQUI; ou ainda, na matéria presente no MundoLinden, canal independente de notícias do Second Life, AQUI.]
A princípio ele parece ter razão, "ninguém sabe tudo". Bom seria se esta desculpa valesse para todos os casos, em todas as profissões e cargos. Bom seria se no seu emprego, ao dizer esta frase, você automaticamente deixaria de responder pelos seus erros. É, parece que existe leviandade para tudo; a ocasião faz o filósofo. Basta saber o quanto esta desculpa implica na obra de Deus.
Mas, de momento, o que mais merece a nossa atenção nesta frase é o seu final. Quem sabe se antecedendo este final com afirmações indiscutíveis ("ninguém sabe tudo" ; "todos sabem alguma coisa") as pessoas venham a concordar com ele na conclusão: "todo saber está na humanidade". Um sofisma.
A cada dia eu me convenço mais que, mais do que contribuições financeiras, a Canção Nova precisa de nossas orações. Mais do que se vê na TV em "pedidos de contribuições", a Canção Nova deveria colocar seus esforços em "pedidos de orações". Mais do que mostrar as necessidades materiais da obra universal Canção Nova, ela deveria mostrar suas necessidades espirituais. A Canção Nova precisa do Espírito Santo, mais do que já possui, precisa sempre, continuamente, precisa transbordar Espírito Santo, em todos que integram a Canção Nova: dos que são mais expostos pela mídia, aos funcionários ligados apenas pelo trabalho, que prestam o menor dos serviços. Se não transbordar o Espírito Santo em todos não vai adiante. É preferível um ignorante cheio do Espírito Santo do que um católico especialista no que faz. Pode chegar o dia que a Canção Nova atingirá antecipadamente a meta financeira de um ano, mas sem o Espírito Santo a instituição desabará.
Pois saibam que se o maligno encontrar em uma pessoa ligada a Canção Nova uma brecha onde não exista o Espírito Santo, ele utilizará esta brecha para acabar com a Canção Nova como se fosse sua única e última oportunidade. É absolutamente lógico e certeiro. A Canção Nova tende a ser um poderoso instrumento de evangelização, logo o maligno não perderá qualquer chance. Basta uma pessoa – uma pequena brecha nesta pessoa – e o maligno usará como se não tivesse outra.
O Espírito Santo deve agir "através" de cada um, o Espírito Santo deve ser o que fala, o que atua, e o que toma decisões. Do cargo dito mais baixo ao mais alto. A Canção Nova precisa saber a seriedade e o peso que tem cada palavra colocada por ela na mídia (TV, rádio, internet, etc), cada contato dela com o público, precisa entender o que representa cada palavra dela para muitos católicos que a seguem quase que cegamente.
"Quando um católico conhecido, seja clérigo ou leigo, fala na Televisão ou na Rádio, é imediatamente considerado, pela opinião pública, como intérprete dos pontos de vista da Igreja. Portanto, ele deve estar ciente desta situação e procurar por todos os meios ao seu alcance evitar qualquer equívoco possível. A responsabilidade da sua missão diz respeito não só ao conteúdo das suas declarações, mas também à maneira de falar e de se comportar, que adotar." (Concilio Ecumênico II do Vaticano, Instrução Pastoral "Communio Et Progressio", 1971)
E principalmente, a Canção Nova também precisa saber que, com toda esta responsabilidade, ela não sabe tudo, é tendente ao erro, pois ninguém sabe tudo, de fato, mas só o Espírito Santo sabe tudo e saberá expressar, agir, falar através da Canção Nova.
"Para um bom desempenho desta tarefa exige-se formação e qualidades profissionais. Mas também algo mais. Para dar testemunho de Cristo é necessário fazer a sua descoberta e cultivar uma relação pessoal com Ele através da oração, da Eucaristia e do sacramento da reconciliação, da leitura e reflexão da Palavra de Deus, do estudo da doutrina cristã e mediante o serviço prestado ao próximo. Em todo o caso, para se conseguirem resultados autênticos, tudo deverá ser alcançado mais por obra do Espírito Santo do que pelos nossos meios." (Papa João Paulo II, 34° Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2000)
E eles não sabem disto? Pior do que não saber, é não assumir com seriedade o que já se sabe.
Em conseqüência disso – "todo saber está na humanidade" é uma grande mentira, e o que é mais grave: fortemente averso a doutrina católica.
"A ideologia do liberalismo radical é tanto errónea quanto prejudicial — não em menor medida, quando visa tornar legítima a livre expressão ao serviço da verdade. O erro encontra-se na exaltação da liberdade « até ao ponto de se tornar um absoluto, que seria a fonte dos valores... Deste modo, porém, a imprescindível exigência de verdade desaparece em prol de um critério de sinceridade, de autenticidade, de “acordo consigo próprio” » [João Paulo II, Carta Encíclica Veritatis splendor]." (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, "Ética na Internet", 2002)
Não é de hoje, não é somente na frase de João Mariano, que se percebe a falta de uma presença plena do Espírito Santo na Canção Nova. "Deus não quer a Canção Nova evangelizando ali na esquina, Deus quer que ela alcance os ares", como disse o Eto, mas não creio que para isso Deus queira que se passe por cima da santidade de cada passo que leva para alto. Talvez seja hora de acordar e ver que o antigo "feijão com arroz" santo é preferível a uma "mesa de comidas variadas e destemperadas". Se querem construir uma torre de Babel, então coloquem a mim e todos que contribuem fora desta.
O que mostrarei a seguir já é o reflexo desta ausência do Espírito Santo e da tamanha irresponsabilidade com a obra que eles têm na mão. A frase do João Mariano é apenas a ponta do iceberg que se chama "Canção Nova e Second Life".
Fiquei sabendo dos altos investimentos da Canção Nova dentro do Second Life (jogo eletrônico, simulador da realidade, rede de relacionamento, "ambiente de interação virtual em 3D", "Terra de Missões", ou seja lá que outro nome "simpático" dão). Isso, e muito mais, é tão absurdo que não sei nem por onde começar.
Primeiramente, por que o sigilo? Há 7 meses ou mais a Canção Nova adquiriu dentro do Second Life 25 "ilhas" (espaços virtuais dentro de um jogo, similares as ilhas reais), que somente foram divulgadas uma ou duas semanas antes da chegada do Papa, ou seja, 3 meses após a aquisição. Qual é o motivo deste sigilo que não é apresentado? Seria motivado por algum receio de reprovação que impossibilitaria a aquisição das "ilhas"? Ora, seria devido ao valor pago por estas "ilhas"? Mais de 3 mil reais por ilha "crua", sem nada, só "terra", e a um custo mensal de 600 reais para manutenção... multiplicados pelo número de 25 ilhas: 120 mil reais e somando 15 mil reais a cada mês.
A MTV adquiriu recentemente uma ilha e somente nela está investindo 1 milhão de reais. Parece-me que algo não encaixa nesta lacuna entre 3 mil e 1 milhão de reais. Seria somente de 3 mil reais + 600 reais mensais por ilha os investimentos da Canção Nova? Entretanto, digamos que seja pouco este investimento (seja qual for) perto do montante mensal para a manutenção universal da Canção Nova. Mas tal montante daria o direito de administrar mal 1 real que seja? Fica mais interessante ainda se olharmos da onde vem (e os esforços para) cada real que originou a compra e atual manutenção destas 25 "ilhas". Sem falar nos gastos indiretos com pessoal e tempo disponibilizado para este jogo que João Mariano define como a "nova interface de relacionamento interativo em rede".
Mas vamos deixar claro para os leigos, pessoas que sabem muito pouco sobre o assunto, assim como o próprio João Mariano. De "novo" o Second Life não tem quase nada, basta citar o precursores mundiais de sucesso desta interface: Habbo Hotel, seguido por The Sims, e para citar um experimento brasileiro, "existiu" até uma Ilha da Brahma. Se citar então os nem tão populares assim a lista, que vem desde 1998 aproximadamente, aumenta: Active Worlds, The Palace, Comic Chat (ou Comic Strip), AlphaWorld, Worlds Chat, Onlive!, WorldsAway, OZ Virtual, Virtual Places, V-Chat, IDMoo, Utopia, Seven Wonders, CyberPark, e The Realm. O que difere mesmo é somente a evolução natural do jogo: gráficos melhorados e mais interatividade. Estes exemplos se citarmos somente os simuladores que são "próximos" da realidade, aproximados ao máximo de uma vida como a que vivemos, com "casas", "empresas", "lazeres" e pessoas próximas do que conhecemos no mundo real. Porque se for pra falar dos simuladores de realidade existentes, aqueles que simulam, por exemplo, a idade média, mundos fantasiosos, fantasmagóricos, onde você comanda seres mitológicos e imaginários, com altíssima interatividade e gráficos muito melhores, tudo dentro de uma rede mundial de relacionamento, então o Second Life fica muitíssimo longe, principalmente no número de pessoas que jogam e se relacionam dentro destes simuladores.
Investir financeiramente no Second Life é no mínimo arriscado, basta consultar um especialista verdadeiramente responsável. O Second Life é uma possibilidade de sucesso, assim como quase tudo que não fracassou ainda. Não a televisão, o rádio, um portal na internet, estes são um fato! São meios de comunicação concretamente comprovados, os quais nós sócios SABEMOS que mantemos. E esta parte é tão interessante que me leva a perguntar: Estaria João Mariano sendo irônico ao dizer "ninguém sabe tudo", pois se referindo na verdade aos sócios da Canção Nova, católicos muito aquém do que acontece com suas moedas suadas?
A Canção Nova com a aquisição das 25 ilhas tornou-se o 2º maior investidor brasileiro dentro do Secund Life, com a exceção de 1 investidor, na frente de todos os outros investidores, empresas, e marcas brasileiras! Seria toda essa imensurável massa de empresários e investidores brasileiros desinformados? Ou seria os sócios da Canção Nova uma população de católicos agressivos que juntam as moedinhas para investimentos de altíssimo risco? Não. Estes católicos não sabem de nada, foi em segredo, quando souberam já estava feito... por que será, hein?
Imagino o ego da pessoa responsável por esta investida que gerou toda uma repercussão na impressa. Manchetes na mídia! Mas foi por que ele teve uma grande idéia? Com certeza não é por isso. Se você jogar dinheiro pela janela também vai virar destaque na imprensa. Típico de publicitário. Quando o Espírito Santo não ocupa todo o espaço, sobra então para outros valores.
A Canção Nova procura oportunidades reais de evangelização dentro de uma rede de relacionamento? Por que então não consultam seus milhares de sócios, acredito que existe muita gente mais entendida no assunto que o João Mariano que dará uma grande contribuição em idéias melhores e muito menos onerosas. Algumas idéias até de pessoas "viciadas" no assunto, diferente desta idéia (Second Life) plantada pela mídia. A Second Life, comparado com as redes de relacionamento em número de pessoas existentes e assíduas a rede é um navio fantasma, a Canção Nova está evangelizando para o nada, para o vento.
Perto de 13% dos brasileiros tem acesso a internet. Sabem quantos destes podem jogar o Second Life? Não basta querer. Para jogar o Second Life estes 13% da população precisam de banda larga, não discada; então caímos para 2% (fonte: TV Cultura 21/05/07), estes ainda precisam de memória e processador suficiente em seu computador; e a grande rasteira que sofre estes 2% da população vem com a necessidade de uma placa de vídeo de 64 MB. São configurações reunidas, na maioria, por aqueles que utilizam o computador para jogar. Se olharmos do ponto de vista dos jogadores, todo entretenimento que existe dentro do Second Life é também oferecido por muitas outras empresas desenvolvedoras de jogos numa qualidade imagem e realismos muito melhor. Se você quer voar, existem vários jogos em que você pode voar; se você quer correr em carros super personalizados, existe vários jogos onde você encontra isso, são companhias especialistas no que fazem, com muito mais realismo que o Second Life. Skate, surfe, jet sky, motos, tiro, sexo, para tudo existe um jogo muito melhor fora do Second Life.
Se a Eletronic Arts, um verdadeiro "gigante" dos desenvolvedores de jogos, resolve aperfeiçoar o seu jogo The Sims lançando-o como concorrente, num momento oportuno que pode ainda estar por vir, o Second Life acaba de vez.
E não é que o momento oportuno chegou! Antes de eu publicar esta carta eu me deparo com o grande lançamento do PlayStation 3. Para aqueles que ainda não conhecem, eu apresento o "Playstation 3 Home", exatamente como eu imaginava que um "gigante" se comportaria frente ao Second Life: com gráficos muitíssimo melhores, e jogabilidade garantida por quem entende do assunto. Confiram, já que na mídia dificilmente aparecerá "mais do mesmo" (ainda que este seja muitíssimo melhor que o Second Life), pois a histeria já terá passado:
Ou ainda, numa palestra sobre, em inglês:
Ou baixe no seu computador e veja em alta qualidade de imagem (pelo Windows Media Player ou Quick Time) assim como irá aparecer no PlayStation 3. (Clique com o botão direito do mouse, e então "Salvar destino como...")
O PlayStation 3 quase que dispensa comentários, é o console de última geração para vídeo-games, da marca Sony. Pergunte para o seu filho, ele saberá do que eu estou falando, se é que ele já não tem um PlayStation. O PlayStation "3" ainda não é tão acessível aos brasileiros, mas assim como PlayStation "2" também não era há dois anos atrás e agora já é. E com a moeda forte e o dólar caindo... No mais é só procurar no Google, logo o "PlayStation 3 Home" será a bola da vez, a sensação, o "oba-oba"... Não demorará muito para outras grandes empresas entrarem na concorrência, como a Microsoft.
Mas voltando ao jurássico Second Life (da empresa...); visto as configurações necessárias do computador, o Second Life não é jogo para qualquer um que acessa a internet. Está muito longe do que afirma Marcio Mendes:
"Quem não ouviu falar, pode ficar descansado porque ainda vai ouvir… e muito"
Do "ouvir falar" para o "experimentar", e deste para o "passar a usar" há muita diferença, uma diferença inútil e desnecessária para o conhecimento de quem não se interessa por jogos eletrônicos, para estes tanto faz ouvir ou deixar de ouvir. As palavras do Marcio Mendes só servem mesmo para criar histeria naqueles que não conhecem nada do assunto, assim como faz o típico jornalismo interesseiro e tendencioso que um dia vi no Fantástico, ou na Revista Veja, quando estes também falavam sobre o Second Life (qualquer semelhança não é mera coincidência):
"Quem nunca ouviu falar nessa coisa provavelmente vai acabar ouvindo" (Veja 18/04/2007)
O que a Canção Nova esconde? Ou melhor, o que algumas pessoas de dentro da Canção Nova, responsáveis por tudo isso, escondem da própria Canção Nova? É claro que não é de se esperar que o Padre Jonas, entenda sobre tudo que acontece na internet, sobre o jogo Second Life, sobre as novidades "pra leigo ver". Ele foi muito mal informado (se é que foi informado) por alguém lá dentro, que camuflou muita coisa em prol de seus próprios interesses e vontades. Gostaria de pensar que foi uma decisão acima de tudo certeira, algo difícil de entender, muito tortuoso, mas uma decisão acima de tudo guiada pelo Espírito Santo. Infelizmente nada do que eu li, opiniões, objetivos, e motivos mostram o Espírito Santo atuando ali.
Orgulho e medo. Estes são os motivos? Medo que o Second Life não vingue, não tenha sucesso, e com isso o 2º maior investimento brasileiro dentro do Second Life se torne a 2ª maior piada. O risco que a Canção Nova correu pode fazer brilhar a carreira do marqueteiro e publicitário responsável por tal "jogada" de marketing, assim como pode manchá-lo indefinidamente. Talvez por prever um possível fracasso ele fale "ninguém sabe tudo" como se quisesse abster-se de responsabilidade.
Dentro do blog da Canção Nova existia até uma "categoria" para reunir estes depoimentos, que eles chamavam de "Inteligência Coletiva", o que parece reforçar as palavras de João Mariano ao afirmar que "todo o saber está na humanidade".
Uma afirmação que pode vir camuflada com conceitos do Second Life, mas que não passa de uma grande heresia que encontra sustentação em seu orgulho. Não é somente aceitando nossa condição de humano, que erra e não sabe tudo, que nós mostramos humildade. Não é neste discurso que invisto minhas moedas. Não é nos homens incompetentes da Canção Nova (e digo "todos" sem exceção) que deposito minha confiança e meu dinheiro. E sim, no Espírito Santo que deveria agir através deles, e não aconteceu. A humildade verdadeira é quando você se dá conta da sua incompetência permanente e incondicional, e então deixa suas decisões, ações, e orgulho de lado, para dar vez ao Espírito Santo. Isso é humildade. Isso é sucesso garantido.
Pois como todo católico consciente sabe, o "orgulho" é perigoso, joga com a probabilidade do risco, é a escolha que uma pessoa faz de caminhar sozinha, sem Jesus, sem o Espírito Santo. Quando isso acontece, logo não temos a certeza do Espírito Santo, daí para o medo de fracassar é conseqüência. Se valer o comentário, ainda mais um fracasso de 120 mil reais (e aumentando).
Isso explicaria tanta insistência em fazer o Second Life ser conhecido? Em fazer com que as pessoas participem?
"O que é Second Life" (João Mariano)
"Mas ai vai uma boa dica: Convide seus amigos para ingressar no Second Life. A cada amigo indicado que se tornar um usuário Premium, o serviço irá dar um crédito de 2 mil lindens dólares." (João Mariano)
"Encarado com seriedade, o lançamento repercutiu de forma positiva nos mais renomados sites de tecnologia." (Cynthia Mattosinho)
"Vantagens inegáveis" (Marcio Mendes)
Não precisa forçar a aceitação de uma "vantagem", ou ela é uma vantagem ou não é. Quanto tendencionalismo, parece até que tem medo que alguém discorde. Eu discordo, e mostrarei. Quanto a "seriedade" a qual Cynthia Mattosinho se referiu, é o mínimo que se espera do jornalismo sobre qualquer matéria, o que alguns chamam de "seriedade", outros de "imparcialidade". Mas entre os exemplos não venha citar a matéria do portal IG, neste preferi nem perder meu tempo. A IG e a Kaizen Games são parceiras no lançamento do Second Life aqui no Brasil, é lógico que a cobertura dada pela IG será a mais positiva possível. Nas matérias das outras fontes, não vi nada de positivo nem negativo, (fora alguma histeria infundada) estes se portaram como nós esperamos, resumindo-se a relatar o fato.
Oras, mas o Second Life já não é um sucesso? As pessoas não deveriam já conhecer? Não faz sentido.
Não se enganem com os números que mostram pra você, __ 8,7 milhões de pessoas do mundo todo cadastrados no Second Life (dados de 9/8/2007) é exatamente isso: além das poucas pessoas que conseguem ver atrativos no Second Life, também estão contabilizadas aquelas que se cadastraram uma vez para experimentar e nunca mais apareceram por lá. Essa contagem vem desde 2003, é muito tempo, quem se cadastrou naquela época e nunca mais entrou, ainda está ajudando neste "conta-giros furado". Pela contagem do próprio Second Life, 1,6 milhão de pessoas "logaram-se" nos últimos "60 dias" (entraram no Second Life pelo menos 1 vez em 60 dias, seja para conhecer, experimentar, ou ter a sua segunda vida). Então o que aconteceu com os outros "7,1 milhões" de pessoas cadastradas? Em 60 dias, não deram as caras, não deram uma entrada se quer! Para ficar 60 dias sem entrar, é claro que não voltarão mais. É isso que o Marcio Mendes chama de "atrativo"?
Na verdade, é pior ainda.
Se 1,6 milhões de pessoas "logaram-se" nos últimos 60 dias – e com base que 7 milhões nunca mais apareceram – então digamos que metade destes 1,6 milhão de pessoas, se refira ao pessoal que nestes 60 dias entrou apenas para "experimentar" e, assim como fizeram a grande maioria (7 milhões), nunca mais voltarão. Logo, significa que apenas os outros 800 mil (dos 8,7 milhões que a mídia e a Canção Nova divulgam) são os que continuam a participar. É muito plausível visto o nível de rejeição, mas, seja como for, é ainda bem menos que 1,6 milhão. De fato, Marcio Mendes, deve dar sono de tão atrativo.
"Prudência é a virtude que leva o homem a prever e a evitar os erros e os perigos!" (Marcio Mendes, ao falar sobre "prudência" no programa "Sorrindo pra Vida" do dia 18 de maio. Falou isso mesmo poucos dias depois de apoiar no blog a investida da Canção Nova no Second Life!)
A Canção Nova foi tudo, menos "prudente". Aliás tudo o que ele falou na TV, foi exatamente o que ele, Marcio Mendes, não foi. Num dia ele fala e age aqui, no outro ele discorda lá. É uma verdadeira montanha russa, a doutrina católica é relevante na medida em que lhe convém.
Eu teria curiosidade em saber quantas pessoas acompanharam a visita do Papa pela ilha da Canção Nova dentro do Second Life... Uma? Duas? Dez? Não me refiro à audiência que a "ilha" teve devido a histeria, curiosidade, e a repercussão na impressa. Eu digo: quantas acompanharam de fato, estavam lá por causa do Papa? Quando ao invés disto poderiam acompanhar o Papa pela rede de TV Canção Nova, pelo portal Canção Nova e pela TV online, ou pelo WebTVCN, com maior comodidade e qualidade de imagem, sem precisar de altos recursos do seu computador nem na banda larga. A Canção Nova abriu mão da prudência, de uma análise mais profunda, de uma discussão ampla, usando a desculpa da vinda do Papa. Isso é baixo, é desrespeitoso! O que o Papa Bento acharia disto? Certamente, nunca concordaria sem um debate melhor sobre o assunto.
O que acontece é que a Canção Nova encontrou um verdadeiro vazio dentro do Second Life e agora está chamando as pessoas a participarem.
No dia 17 de maio tinha até um lugar especial, no topo (direito) da página inicial do portal Canção Nova, um tipo de banner com o logo da "Second Life & Canção Nova" (juntos). Se isso não é promoção do Second Life, então temos que reescrever toda a teoria da propaganda. Parece que a Second Life encontrou na Canção Nova seu melhor parceiro, uma comunidade católica, que vai além da publicidade: influencia "formadores de opinião". Pois sim! O que há de mais próximo da verdade do que a opinião de um católico evangelizado? Se este católico foi evangelizado pela Canção Nova, a partir de hoje fica difícil concordar... Resumindo, se alguém quiser discutir os valores morais do Second Life, enfrentará também uma comunidade católica que o apóia.
Chega! Não dá mais pra engolir tanta falsidade.
Falei da inconsistência do Second Life como negócio, da inconsistência como oportunidade de evangelização. Agora vou falar do que fere a nossa fé católica. Da tremenda heresia que é a permanência deste blog de pé e a entrada da Canção Nova no Second Life. Da reprovação que a Canção Nova está recebendo por vários católicos, com toda a razão. E olha que a reprovação é dada exclusivamente no sentido religioso, quase ninguém tem idéia do dinheiro investido, imagine quando souberem. A reprovação que se vê hoje ainda é pouco perto do que está por vir.
O que leva a pessoa a querer ter uma segunda vida? Frustração com a vida real; prazeres que não se encontram na vida real; experimentos e relacionamentos que tendem a serem menos desgastantes, pois não envolvem a mesma entrega e doação que na vida real.
Até mesmo a "evangelização" feita pela Canção Nova dentro do Second Life se aproveita deste "desgaste menor":
“Dificilmente alguém da Igreja Católica abordaria alguém na rua, para uma conversa sobre religião. No espaço virtual, no entanto, isso será possível.” (Jorge Aparecido, da comunidade Canção Nova, em resposta ao G1, portal de notícias da Globo)
O amor é de mentira. O casamento é de mentira. A relação intima é de mentira. Sem me estender na teologia que envolve uma relação intima, para isso basta ler o livro "Sede Fecundos" do Padre Léo. Sem me estender na teologia que envolve o Amor, o casamento, o beijo, o abraço, a pessoa em si! Eu mesmo, no meu processo de conversão, deixei de jogar um simulador similar ao Second Life, porque todas as pessoas virtuais eram representações das pessoas reais, análogas. O valor de uma pessoa, e do seu corpo, não deve nunca ser rebaixado, nem o mínimo de rebaixamento que seja.
O simulador que eu jogava matava representações virtuais de pessoas, com uma arma eu apontava e poderia matar qualquer um que estivesse na rua. Hoje ao entender o Second Life eu digo para vocês: prefiro levar um tiro de alguém a que este alguém venha se relacionar falsa e superficialmente comigo. Prefiro levar um tiro a que me desvalorizem como ser humano, a que me tirem a liberdade, a que me façam renegar a Verdade. Acho que Jesus também preferiria, como fez. Pois é, também, pela banalização do que é santo, do que é morada do Espírito Santo, que Ele tem Seu Corpo na cruz. O mundo está perdendo o sentido do pecado, e os católicos estão caindo que nem patinhos nesta.
O que dizer então dos valores que realmente são "exaltados" no Second Life em oposição a estes? Nenhum outro simulador de realidade alimenta tanto a superficialidade com no Second Life. Não me estenderei, há pessoas que podem explicar perfeitamente melhor, mas se numa segunda vida você tem a opção de ser "extremamente bonito" ou "feio", qual é a opção que uma pessoa média tende a escolher? Entre ter um "carro popular" e um "esportivo, conversível, e importado"? Entre parecer "rico" ou "pobre"? Será mesmo que num possível crescimento intelectual que o Second Life possa proporcionar, estas "escolhas" acrescentam algo ao aprendizado? Sem dúvida, não.
O que coloco a seguir é tanta besteira proferida por alguém que se diz teólogo e consagrado que nem sei como organizar. Realmente, não é de estranhar que muitos teólogos se contradizem e chegam a opiniões opostas, pois sem o Espírito Santo você irá a vários caminhos, mas não a Jesus. Só o Espírito Santo leva a Jesus, e só Jesus leva ao Pai, seja o que for que você estude, o caminho é somente um. Por isso, os "títulos" de teólogo não dizem muito. Vamos aos absurdos:
"Ali, as pessoas se encontram, se relacionam, namoram, até mesmo se casam e, acredite se quiser, vivem lá, no mundo virtual, relacionamentos “aparentemente” estáveis. Como é que isso acontece? A pessoa ao entrar na dimensão do “Second Life” cria uma personagem, espécie de bonequinho, como num jogo de vídeo game, que irá representá-la – esse outro “eu” fala, dança, anda, viaja, namora, casa e até pode ter filhos com uma outra personagem criada por alguém que também esteja freqüentando o mundo da “segunda vida”. Há muita coisa interessante. Um dos maiores atrativos é a chance que você tem de construir a vida que sempre sonhou, mesmo que seja num mundo virtual." (Marcio Mendes, estudante do 3º ano de teologia, escritor e palestrista, autor do livro “Quando só Deus é a Resposta” membro consagrado da Canção Nova há 14 anos)
Descrição sobre o Second Life eu busco de qualquer um; ou até mesmo me cadastro, colaborando com o controle furado de pessoas que usam o Second Life, só para ver se não tem nada que eu já não saiba. De um consultor de negócios, eu busco informações sobre a rentabilidade de se investir no Second Life; de um psicólogo, eu busco informações sobre como o Second Life afeta minha saúde mental; de um sociólogo eu busco informações de como o Second Life interfere na minha vida social. Agora de um especialista na doutrina católica, de preferência cheio do Espírito Santo, eu busco saber aquilo que de fato me convém. O Marcio Mendes foi tudo, menos aquilo que nós esperávamos dele: um católico defensor da fé e tendente a santidade.
Marcio diz que "há muita coisa interessante" na segunda vida, ele está se referindo, entre outras possibilidades, a de "namorar, casar, e até ter filhos". Isto que ele citou é o que temos de maior valor na vida, é o maior desejo de Deus para os vocacionados ao matrimônio – mas que ele citou logicamente deturpando seus verdadeiros significados ao encará-los como possíveis na virtualidade.
"Os mass media podem também ser usados para obstruir a comunidade e prejudicar o bem integral das pessoas: alienando os indivíduos ou marginalizando-os e isolando-os; atraindo-os para comunidades perversas, organizadas à volta de valores falsos e destruidores (...)" (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, "Ética nas Comunicações Sociais", 2000)
Namoro, casamento, filhos, só tem um lugar para acontecer na nossa vida, e é na vida real. No Second Life eles já são banalizados só pelo fato de estarem disponíveis para você, pois não são em sua plenitude – estão longe de serem. É isto que o Marcio Mendes considera interessante e atrativo. Como se já não bastasse a banalização que sofre estes valores no mundo real. Mas ainda não tão atrativo quanto "a chance que você tem de construir a vida que sempre sonhou" – não esta vida real e "desprezível" que Deus sonhou para você.
"(...) apresentando o que é vil e degradante numa luz fascinante, e ao mesmo tempo ignorando ou menosprezando aquilo que exalta e enobrece; difundindo informações erróneas e desinformação; promovendo a trivialidade e a banalização." (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, "Ética nas Comunicações Sociais", 2000)
Todavia, para que este "sonho" seja possível na virtualidade, Marcio Mendes só pode ter como pré-suposto que tudo que alguém pode desejar pode ser encontrado dentro do Second Life. Oras, mas se eu desejo, tem valor pra mim. Porém, vale frisar aqui quão doente, manipulada, e aprisionada, deverá estar a minha mente ao supor que os valores exaltados pelo Second Life e presentes ali são realmente aquilo que há de mais valor numa vida. E como descrevi anteriormente, valores e padrões de vida muito próximos dos que a mídia e a sociedade pregam atualmente.
A representação de valores cristãos, do ser humano, do corpo, da sexualidade, que pode ser vulgarizada, banalizada, escorraçada, é isso que você encontra no Second Life. Não é porque é uma "representação" de um ser humano, e que você "controla" – logo, um tipo de "representação de você" – que você pode fazer tudo que estiver ao seu alcance sem que isto signifique algum mal. Para aqueles católicos que dizem que o Second Life ainda é "apenas" uma representação que não carrega consigo qualquer valor, eu sugiro que pegue uma foto do Papa ou a imagem de Jesus Cristo e tente pisar nela. Ué? É "apenas" uma representação. Por que não pisa? Por que assim como a imagem de Jesus Cristo, uma representação, uma analogia, a representação de um ser humano, é muito mais do que aquilo que o mundo e o mal infundiram na mente do Marcio Mendes e de muitos católicos. Pois então saiba que estes já pisam e rasgam a imagem de Jesus Cristo! Quer saber como isso é possível? O ser humano é a própria imagem, representação, e análogo a Deus; ao coisificar um ser humano, ou qualquer parte do seu corpo assim como não dar o seu devido valor, é então a Deus que fazem. Divirtam-se no Second Life agora, hipócritas!
Seria proposital ou desleixo o que o Marcio Mendes não informou: Para você casar e conseqüentemente ter filhos virtuais você precisará, entre outras coisas, de um "membro" para isso. Pois claro, você não entra no Second Life com um pênis ou uma vagina, você precisa comprar. É isso mesmo que você leu! Você precisa, assim como alguém vai ao mercado, comprar um órgão masculino ou feminino. Se no mundo real não existe um exemplo pleno da coisificação da sexualidade do ser humano, então você já pode encontrar este exemplo supremo dentro do Second Life. Imagino o Padre Léo se soubesse a que ponto chegamos. O encardido está estraçalhando as coisas mais valiosas que nós temos, e a Canção Nova está promovendo tudo isso. Por que o Marcio Mendes não falou sobre isso, hein? Será que isso, pelo menos, é tão na cara que mostraria a serviço de "quem" ele está?
Por isso, entendam porque é revoltante aquilo que a Canção Nova está promovendo. Colaborar financeiramente com a Canção Nova é também promover tudo isso. Eu colaborei sem saber, me omitiram, omitiram de todos por 3 meses (ou mais). Mas continuar colaborando agora que você sabe, é promover o Second Life conscientemente. Passou do tempo daquelas 25 ilhas e daquele blog serem extintos!
Dentro do que Marcio Mendes diz como "Vantagens Inegáveis" está:
"Você pode conhecer pessoas, encontrar amigos, fazer uma reunião virtual da família, montar uma empresa, realizar negócios, confeccionar objetos, conhecer o mundo…"
Este é o valor que Marcio Mendes dá a uma reunião de família no mundo virtual, uma vantagem "inegável". Para o Marcio Mendes, o Second Life pode suprir ou amenizar a distância e o tempo, pode ocupar a lacuna da vida real. Seja a lacuna grande ou pequena, a vantagem é assim "inegável". Se os integrantes de uma família não podem se reunir no mundo real, para ele é uma vantagem se a família se reunir pelo Second Life. Fico imaginando o que uma família faria no Second Life... Abraçar uns aos outros virtualmente? Demonstrações de afeto? É tão absurdo que chega a ser cômico; mas na verdade nem cômico deveria ser, é muito triste. E o homem e sua mulher, casados na vida real, se relacionariam intimamente na virtualidade quando um deles estivesse, por exemplo, viajando na realidade? Esta é a vantagem "inegável"? (Lembrando que antes eles deveriam passar no shopping virtual comprar cada um seu respectivo "membro"). Parece que para os defensores do Second Life, nada mais existe, como um Messenger ou uma webcam. Até para conhecer pessoas, encontrar amigos de infância, existe o Orkut (esqueceram dele também?). No Orkut, se eu quero falar a verdade, ainda posso colocar uma foto minha, a representação mais exata que existe (em duas dimensões, 2D), no Second Life não. O seu rosto no Second Life é feito por "polígonos e texturas", e ainda assim muito longe de uma foto (lembrando que a aparente visão 3D do Second Life, não passa também do "plano" da tela do seu monitor, uma imagem 2D).
Aliás, nem o seu sobrenome verdadeiro você pode ter, você é obrigado a escolher outro numa lista (de sobrenomes). Mas claro, qual é o valor do seu nome real? Você não precisa dele, o Second Life é um convite desde o início a falsidade, ao desapego dos valores. Só para este caso, o Padre Jonas chegou a fazer uma palestra maravilhosa. Jesus te chama pelo nome.
"Relacionamentos 'aparentemente' estáveis...
Comércio de órgãos sexuais...
Bacanais..."
Como se a empresa responsável pelo Second Life não pudesse fazer nada a respeito sobre o seu próprio serviço. Como se as programações de autoria dos usuários não tivessem sustentação na estrutura do próprio Second Life. Vai tentar enganar outro! SECOND LIFE não é INTERNET, se utiliza desta; pois uma das muitas coisas que fazem da Internet um verdadeiro meio de comunicação é o fato dela não possuir um dono capaz de assegurar um limite intransponível para as ações possíveis de ocorrerem ali dentro. No caso do Second Life, existe uma escolha, e a escolha da empresa proprietária foi deixar os usuários "livres" para fazer o que quiserem, assim como ferir a moral e a Lei de Deus, sem que para isso tenham que ferir a lei dos homens.
"Estas opções, fulcrais para a questão ética, são feitas não só por aqueles que recebem as comunicações – espectadores, ouvintes e leitores – mas especialmente por aqueles que controlam os instrumentos de comunicação social e determinam as suas estruturas, linhas de conduta e conteúdo." (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, "Ética nas Comunicações Sociais", 2000)
"Embora os individualistas e os empresários radicais sejam, obviamente, dois grupos muito diferentes entre si, existe uma convergência de interesses entre aqueles que querem que a Internet seja um lugar para quase todos os tipos de expressão, independentemente de quão ignóbeis ou destruidores os mesmos sejam, e aqueles que desejam que ela constitua um veículo de actividades comerciais incondicionadas, segundo o modelo neoliberal que « considera o lucro e as leis de mercado como parâmetros absolutos, em prejuízo da dignidade e do respeito das pessoas e dos povos » [Ecclesia in America]." (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, "Ética na Internet", 2002)
Na página de cadastro do Second Life ainda existe a classificação etária: "Proibido para menores de 18 anos". Talvez a Canção Nova consiga explicar o inexplicável: O que é proibido para menores de 18 anos, mas conveniente para um católico?
Vocês já perceberam que toda pessoa que não tem uma sustentação sólida preocupa-se em iniciar frases com "inegável", entre outras variantes:
"Outra coisa incontestável é que através dos vários conteúdos continuamente dispostos na rede são apresentados como naturais e normais as situações em que o amor é posto de lado para dar espaço a relacionamentos que tratam a pessoa como um objeto de prazer sexual usado conforme a conveniência, a forma mais evidente disso é a pornografia e a prostituição." (Marcio Mendes)
Não tão evidente quanto a hipocrisia. – Se há uma coisa que não é evidente na sociedade é a prostituição. Eu estaria sendo otimista, se disse que 9 em cada 10 pessoas são financiadores dela.
O "segundo passo" para forçar a aceitação de uma argumentação volúvel é a desqualificação de quem vai contra ao que ele pensa:
"O fato é que o virtual já se tornou realidade; e, para desespero dos preocupados e temerosos, não há como voltar atrás."
"Abrir mão de utilizar um meio tão expressivo [Second Life] de relações e comunicação é certamente alienar-se."
(Marcio Mendes)
"Terceiro passo" – distorcer e recortar como lhe convém a palavra de uma autoridade no assunto, sugerindo assim o seu apoio. Isso é baixo. E se acrescentarmos ao fato que são documentos da Santa fé, e palavras dos Papas João Paulo II e Pio XII, se torna mais baixo ainda. Não digo que "a serviço de Deus" uma pessoa não possa por descuido vir a cometer um erro ao interpretar e utilizar documentos da Igreja, mas certamente não é a serviço de Deus que Marcio Mendes está, e isso sim implica seriamente se ele utilizar os documentos da Igreja, pois é a serviço do mal que ele os usa.
E qual é a minha surpresa ao ler os documentos da Santa Sé? Qualquer pessoa que um dia elaborar uma monografia compreenderá melhor o valor de uma palavra, e o "crime" que é utilizar as palavras de outras pessoas como sendo sua, sem citar a fonte. Isso, além de mostrar falta de domínio, conhecimento e entendimento sobre o assunto – conseqüência da fraca argumentação – também é plágio. Ao aparentemente usar suas palavras, Marcio Mendes na realidade copia. Vejam o que diz o 3º parágrafo do documento da Igreja Católica intitulado "Igreja e Internet":
"Citando a Carta Encíclica Miranda prorsus (1957), do Papa Pio XII, a Instrução Pastoral sobre os meios de comunicação social Communio et progressio, publicada em 1971, sublinhou que: « A Igreja encara estes meios de comunicação social como “dons de Deus” na medida em que, segundo a intenção providencial, criam laços de solidariedade entre os homens, pondo-se assim ao serviço da Sua vontade salvífica ».[5] Este continua a ser o nosso ponto de vista e esta é a visão que temos acerca da Internet."
E o que aparentemente escreveu Marcio Mendes:
"A posição da Igreja é muito clara nessa matéria, basta recordar a Carta Encíclica Miranda prorsus (1957), do Papa Pio XII, a Instrução Pastoral sobre os meios de comunicação social Communio et progressio, publicada em 1971, onde se afirma: « A Igreja encara estes meios de comunicação social como “dons de Deus” na medida em que, segundo a intenção providencial, criam laços de solidariedade entre os homens, pondo-se assim ao serviço da Sua vontade salvífica». Este continua a ser o ponto de vista da Igreja acerca dos meios de Comunicação Social e da Internet."
E nós pensávamos que Marcio Mendes de fato tinha lido a Carta Encíclica "Miranda Prorsus" e a Instrução Pastoral "Communio et Progressio", assim como pensávamos que fora ele que tivesse "selecionado" tal passagem que diz respeito aos dois documentos. Na verdade, tudo que ele fez, foi ir até o 3º parágrafo do documento intitulado "Igreja e Internet" onde copiou e adaptou algumas palavras ao seu texto no blog.
Este é o zelo que Marcio Mendes tem pela a Verdade: um desdém pelo o aprofundamento e pelas pessoas que "ele diz" evangelizar. Isso não é evangelizar. Isso é sim encaminhá-las para as trevas, mantê-las na obscuridade, e então sim "aliená-las". Isso que você faz sim é alienação, não quem o contraria.
Não leu o Miranda prorsus nem o Communio et progressio. E até para plagiar, o que é crime, só foi preciso ler três parágrafos. É nesta irresponsabilidade que muitas pessoas conduzem a obra Canção Nova.
Irei comentar ainda, principalmente, a respeito dos meios de comunicação e da Igreja Católica, o "assunto da moda", que apesar de recorrente, é levado "nas coxas", no improviso.
Mas antes, não poderia deixar de destacar o que muita gente não percebeu. Com tantos olhares para os valores
(i)morais presentes no Second Life, algo de fundamental importância está passando desapercebido: os "interesses comerciais". Gente! É incrível como ninguém percebeu. Tudo bem que os absurdos são inúmeros, mas pessoal... este é um "marco" na história da Canção Nova.
"A Canção Nova é uma Comunidade Católica que tem como objetivo principal "a evangelização através dos meios de comunicação": TV, Rádio, Internet e também por meio dos produtos do departamento de audiovisual - DAVI, nas produções e comércio de livros, CDs, vídeos, entre outros materiais, os quais são todos destinados à evangelização. O Sistema Canção Nova é mantido pela "Fundação João Paulo II" - entidade sem fins lucrativos, a qual tem como fonte de recursos financeiros as doações dos associados ao Clube do Ouvinte, sendo assim caracterizada como uma obra que subsiste pela "Divina Providência"." (Canção Nova)
Este trecho faz parte da "missão" da Canção Nova. Assim como numa empresa, a missão representa os valores maiores de uma empresa como instrumento atuante na sociedade, são eles que definem, em síntese, "por que esta empresa existe" e "pra que ela veio". São por estes valores tidos como "sagrados", pois imutáveis, que a empresa guia "toda" a sua ação na sociedade. A missão é a "cara" da empresa, assim como o seu caráter. Nunca uma empresa séria dá um passo fora do que diz a sua missão, mesmo que seja conveniente e o mercado favoreça uma mudança de cara. São raros os casos em que isso acontece, mas quando acontece, são decisivos e muitíssimo bem pensados, todos os funcionários são envolvidos. Não há retorno. Não existe "Ops! Errei". Estamos falando de caráter.
Se você conseguiu ter uma noção da importância da Missão de uma empresa, acredite: é mais importante ainda. Entretanto, para a Canção Nova...
A cegueira da Canção Nova ao entrar no Second Life é tão grande que, pela primeira vez na história, ela feriu sua missão, descartou-a como algo irrelevante. Não foi uma mudança, a missão da Canção Nova continua a mesma – na teoria, no "seu discurso". Mas na realidade, assim como uma pessoa passa por cima dos valores que a definem, a Canção Nova tomou uma atitude que contraria a sua própria identidade. Perdeu o caráter que consolidou por estes anos, perdeu a personalidade. E neste caminho perderá também o respeito.
Se um dia você, assim como eu, encheu a boca pra dizer que "a Canção Nova sobrevive de doações", "que na Canção Nova não há propagandas como nos outros canais de TV", "que todo o recurso financeiro é fruto da evangelização e de produtos evangelizadores (DAVI)", então olhe de novo:
"Apesar da conotação ‘cristã’, a direção da CNSL [Canção Nova no Second Life] esclarece que reservou um espaço especial para que empresas, virtuais ou reais, possam aproveitar a infra-estrutura da Ilha Canção Nova e estabelecerem nela suas iniciativas. Lojas prontas e terrenos poderão ser alugados, através de Linden Dólares e Reais. As reservas dos espaços já estão abertas." (MundoLiden)
"Um dos maiores empreendimentos brasileiros, no Second Life, abre suas portas para que você realize bons negócios no mundo virtual. Clique aqui para pagar seu aluguel e tenha um espaço reservado para sua empresa, marca, produto ou serviço na Ilha Canção Nova. Você também pode morar aqui!!" (Debora Perenti, administradora da Ilha Canção Nova, em "mensagem" deixada na entrada de cada espaço livre dentro da ilha Canção Nova)
A Canção Nova no Second Life virou empresa imobiliária. Lá ela aluga terrenos, lotes, apartamentos, e espaços comerciais. Os recursos financeiros que até um dia a Canção Nova conseguia plenamente pela evangelização, de doações, de produtos evangelizadores, em resumo, pela Providência Divina; agora ela consegue também do comércio de "espaços" dentro do Second Life.
Pois acredite. Se você é daqueles que querem lucrar com o Second Life, com a venda de qualquer tipo de bens de consumo virtual, provavelmente não precisará comprar uma "ilha" inteira para isso, basta um espaço comercial dentro de uma ilha já existente. Sendo assim você poderá achar bem interessante se o "público" freqüentador desta ilha for formado por católicos, pois trata-se da maior religião do Brasil, conseqüentemente, o maior "nicho" também. Um nicho respeitável, pois um público teoricamente fiel a sua Igreja, pouco comprometido espiritualmente é verdade, mas que justamente por isso torna-se suscetível aos valores mundanos. E se a "Igreja" apóia estes valores, mais bem que os católicos passem a "consumi-los". Explorar a fé destas pessoas, este também é o convite da Canção Nova. A "Igreja" abriu as portas, você apenas escolhe o local.
E nem precisa lucrar virtualmente, basta colocar sua marca no espaço da Igreja, que o retorno vem no mundo real – isso é propaganda.
Que empresa "inteligente" não pagaria mais que o valor de mercado para ter uma filial (uma loja com sua marca) dentro da Ilha Canção Nova, sua sede virtual? E o que dizer da sede real em Cachoeira Paulista? Ideologicamente não há qualquer diferença. Análogo a um espaço no terreno da Igreja é o espaço na TV. Que empresa "inteligente" não pagaria mais que o valor de mercado para anunciar na TV Canção Nova? A baixa ou alta audiência é um fator a considerar, mas o nicho de mercado encontrado nas pessoas que assistem a Canção Nova é um fator de igualmente respeito, se não maior. Anunciar na Canção Nova é fazer a sua marca comungar os mesmos valores. E se tão bem valorizado a Canção Nova e a doutrina católica é, a sua marca ali também será.
Ou você pensa que um intervalo comercial é desassociado das emissoras? Não! Se a sua marca fere os valores de uma emissora como a Globo, Band, SBT, Record (entre outras), sejam qual forem estes valores, não importa quanto você esteja disposto a pagar para anunciar ali, estas emissoras podem (como fazem) não aceitar a veiculação do seu anúncio.
Estamos falando de imagem e simpatia do consumidor. O conceito vale tanto para o "anunciante" como para o "veículo". A Rede Globo, pode não querer o anúncio (e o dinheiro) de uma marca ou produto qualquer se achar que este irá desvalorizar a imagem da emissora. No mesmo sentido, se você vender ou fizer propaganda da sua marca num espaço pertencente à Canção Nova, você estará associando à sua marca os valores que as pessoas associam a Canção Nova.
Este é um assunto que atinge muito mais pessoas do que se imagina, "revendedor" e o "consumidor" também entram neste jogo de valores, não irei me aprofundar nesta parte, mas se vale a curiosidade: uma lanchonete que vende uma determinada marca de cerveja, marca esta que por exemplo se utiliza da banalização do ser humano em seu comercial televisivo, esta lanchonete estará comungando da mesma desvalorização. Da mesma forma o consumidor ao comprar desta marca de cerveja, promove para a continuação do tal comercial infame, pois lógico: o comercial está vendendo, por que mudar a abordagem? Se você não acredita nisto, por que então acredita que a "responsabilidade ecológica ou social" de uma empresa é um fator importante de compra? Por que optar pelos serviços de uma empresa que utiliza papéis recicláveis? Por que ir ao McDonald's no Mc Dia Feliz (de combate ao câncer)? Neste dia, você não compra apenas um Big Mac, você também apóia a causa. Tudo são valores associados. Os serviços do Second Life são consumidos pela Canção Nova que paga ao Second Life para estar lá dentro. Diga o que quiser, pregue o que pregar, minta o quanto achar preciso, a Canção Nova promove o Second Life, com parte do dinheiro que você paga pela evangelização que recebe, assim como quando você compra uma cerveja (da maioria das marcas). Os meios para a promoção são distintos, mas alguns dos fins destes dinheiros são muito próximos.
Quando alguém coloca sua loja dentro de uma das 25 ilhas da Canção Nova, este passará a conquistar a simpatia dos católicos, pois estes passarão a associar a sua marca aos propósitos de sua fé. Se estes católicos tinham algum receio moral em comprar, por exemplo, uma roupa "de marca" (famosa, desnecessariamente cara na maioria, e carregada de valores mundanos), repensarão mais uma vez: pois afinal, a "Igreja" apóia estes produtos, está em seu próprio território. E a comunhão de valores estará feita: "Igreja Católica e Nike Shox".
Sem falar ainda na legalidade destes produtos. Desconfio se tais produtos virtuais de qualquer marca tiveram mesmo a permissão de suas respectivas empresas para as representarem ou se favorecerem em cima de suas imagens de marca (Art. 192 e 194 do Código Penal). Pagam copyright, ou algo assim? Pois se os produtos não foram feitos pela empresa dona da marca, mesmo que virtualmente, ou muito menos estas empresas concederam licenças para utilização dos seus nomes de marca, estaríamos frente a qual possibilidade? Pirataria?
O mesmo pode se dizer das imagens de personalidades e pinturas de artistas renomados em "quadros virtuais" também a venda (Art. 184 do Código Penal). Tudo negociado – receptado – dentro do território da Canção Nova.
"VANTAGENS INEGÁVEIS (...) Para comprar, alguém vem atender você, ensina a testar o produto, você pode inclusive fazer test-drive e coisas do tipo, apenas que depois de pagar você recebe um similar verdadeiro do produto aonde você mandar entregar. Legal, não é?" (Marcio Mendes)
Imagino que toda esta transação esteja em dias com suas responsabilidades tributárias, assim como dentro da lei no que confere a transferência de divisas (envio de recursos de um país para o outro). Pois claro, para ser uma vantagem assim "inegável", imagino que esteja tão submisso a lei quanto o produto que eu dou duro pra vender aqui neste "lado" da verdade, na vida real. Ou não é tão "legal" assim?
Mas não vamos perder o foco. Seja qual forem os produtos e imagens de marca sem cunho evangelizador que a Canção Nova está tirando proveito para se manter financeiramente: imóveis, tênis e roupas "de marca", fantasias sensuais de enfermeira, lingeries, tatuagens, filhotes de cachorro, nome de agência de publicidade, refrigerantes e energéticos... ao atuar no Second Life ela passou por cima de muitos valores, um deles foi a sua missão. Muito pior do que um deslize, foi premeditado: o fato de ter mais de uma ilha inteira para alugar mostra isso – não foi um espaço que sobrou, compraram (com o nosso dinheiro, sem a gente saber) muitas ilhas somente para isso. A evangelização presente dentro do Second Life, sem as máscaras, é justamente essa: "Venha para o Second Life! Compre um dos nossos apartamentos. Viva uma vida sem as cruzes e responsabilidades da vida real. Curta seus vícios e misérias! Venha brincar de casinha, como se fosse de verdade."
Eu estive no Second Life por um total de 15 horas, conhecendo o "2º maior empreendimento brasileiro". Além dos curiosos, movidos pela histeria; além dos que tentavam ganhar dinheiro lá dentro; e além daqueles que conseguiam se divertir (talvez por nunca terem contato com qualquer outro jogo realista); ainda existia pessoas que "viviam de fato" na virtualidade levando tudo muito a sério. Montavam seu apartamento, com sofás, mesas, camas, entre outros objetos decorativos; tomavam sucos, cafés, e outras bebidas; comiam; tinham uma profissão; e o mais triste: buscavam se amar (de certa forma, ultra-limitada), transportavam para a virtualidade todo afeto que existe na vida real e que se pode transmitir por meio de "um teclado e de um mouse": juras de amor, abraços e carinhos, confissões apaixonadas. Até mesmo os termos técnicos de informática que partilham de uma convenção (termos comuns a todos) ganhavam nomes totalmente novos, tudo para que a ilusão se parecesse o mais real possível. A pessoa criava um mundo próprio em sua mente independente se as outras pessoas entenderiam ou não os novos termos que ela estivesse utilizando. Como se ao brincar de casinha na vida real você chamasse "grama" de comida e "caixa de sapato" de carro. E isso vindo de pessoas com mais de 18 anos de idade.
"Dependendo do uso que fazem dos mass media, as pessoas podem sentir simpatia ou compaixão, ou isolar-se num mundo narcisista, que tem a si mesmo como ponto de referência, feito de estímulos cujos efeitos são semelhantes aos dos narcóticos." (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, "Ética nas Comunicações Sociais", 2000)
A plasticidade das relações dentro do Second Life é elevada, mais do que se tem numa comunicação pelo MSN (ou outro serviço similar de mensagens instantâneas), mais do que se pode ter pelo Orkut. Mesmo sem duas pessoas se conhecerem na vida real, elas são capazes transmitir muito afeto à representação virtual do outro. Representações esteticamente muito bonitas, assim como todos podem ser na virtualidade: o príncipe dos sonhos ou uma princesa. Como num conto de fadas.
Além das juras de amor, elas também se beijam, se abraçam, se acariciam, e se relacionam sexualmente na virtualidade. Um sentimento real e sincero dedicado a um ser humano virtual. Porém um ser humano virtual não é um ser humano. O desejo sexual e o amor são próprios para serem destinados a outro ser humano real, para nada mais! Vir a se relacionar sexualmente, ou ter o desejo de se relacionar sexualmente, com um ser humano virtual – assim como em outras situações mais conhecidas na vida real como o relacionamento sexual com um animal, ou com alguém do mesmo sexo, ou, ainda, masturbar-se, são atitudes que revelam doenças mentais (tenham sua origem genética ou cultural), pois são atitudes anormais graves, aberrações, não comungam o mesmo propósito divino de quando Deus infundiu em nós o desejo sexual e a capacidade de amar.
Tudo isso eu presenciei dentro da ilha Canção Nova, dentro dos apartamentos comercializados pela "imobiliária Canção Nova S/A". A Canção Nova sustenta e promove toda esta anomalia, ou melhor dizendo: são os próprios sócios que sustentam e promovem tudo isso, pois o dinheiro é nosso.
A "pseudo" evangelização que a Canção Nova faz dentro do Second Life ocupa na verdade bem menos que 3 ilhas. Em junho existiam aproximadamente 5 ilhas em uso, 2 eram para a "evangelização de faz de conta" e 3 para a comercialização.
Se considerarmos esta média para quando todas as 25 ilhas já compradas estiverem em uso, então teremos 10 ilhas para a "evangelização" e 15 para a comercialização. Quinze ilhas que sobraram? Não. São 15 ilhas que você sócio comprou sem saber, para serem usadas com o propósito deste desserviço a Deus. Se o pecado encontra ali lugar para prosperar, é com o seu dinheiro que a Canção Nova propicia isso.
Não se engane. Se você pensa que contribui somente para 99% das coisas boas que existem na Canção Nova, agora já sabe: 1%, ou menos, é destinado às investidas da Canção Nova no Second Life. A cada 1 real que você contribui, 1 centavo vai para esta investida. Não há contas separadas. Você não escolhe com o que contribuir. O que você contribui, contribui com tudo. Seja pouco, seja 1 centavo, mas é neste pouco que você está sendo infiel. Não há fins que justifiquem os meios. Os 99% de coisas boas não justificam sua contribuição com os 100%.
Você pensa que a Canção Nova te traiu? Não se preocupe, antes de trair você, antes de trair seus próprios ideais e valores, ela traiu Alguém muito maior que todos nós.
O Eto ainda diz que virão mais "surpresas". Eu sou totalmente contrário a estes mistérios, não há lógica suficiente que sustente o segredo. O Second Life é uma prova disto. Desde 2003 a Canção Nova vem pensando e trabalhando para a criação das ilhas dentro do Second Life (fato este que só foi divulgado 3 meses após a aquisição das ilhas). Quanto foi gasto além dos 120 mil reais? Quanto de dinheiro foi investido indiretamente com o pessoal que trabalhou em cima disto durante todo este tempo?
Os absurdos saltam aos olhos. Como eles podem não ver?
Vale saber se a Canção Nova também abrirá espaço para uma fábrica de pênis? Acho que não, seria apostar de mais na nossa "burrice".
ENTRETANTO, para a Canção Nova, nunca é de mais saber como será a aceitação do público com a oferta de um "produto" próximo. E quem sabe – com o condicionamento progressivo da mentalidade dos fiéis – uma fábrica de pênis futuramente passe "despercebida".
Ao revisar as "fotos" que tirei na Ilha Canção Nova, antes de publicá-las neste blog, por pouco, algo não escapou da minha percepção. A princípio imaginava serem "biquínis" à venda, mas olhando com mais cuidado reparei que o que estava escrito junto às modelos de biquínis era "SHAPE". Achei um termo familiar devido às conversas que tive lá dentro, mas então que veio a comprovação: todos os biquínis nas fotos eram idênticos! O que isso significa? Que na verdade não eram biquínis que estavam à venda, e sim "corpos femininos" para usar (ou "vestir").
Corpos "perfeitos" que refletem aquilo que a cultura vigente e temporal determina como "belo". Ao mesmo tempo, são exaltados por receberem a atribuição de um preço, o que coloca tal definição de beleza em um patamar acima das formas corporais que a pessoa ganhou por natureza divina – mas, se "divina", esta sim perfeita; e não a moldada e padronizada pela sociedade. Todavia, a deturpação dos valores não termina aqui. Esta comparação entre as belezas mundanas e a beleza verdadeira só se faz possível neste contexto se admitirmos que um corpo humano (ou qualquer parte dele) possa ser colocado a venda, e é aqui que tal situação se torna mais preocupante, pois – diferente de uma clínica de cirurgia estética "minimalista", ou de uma academia de fisiculturismo (a maioria das academias) que vendem o mesmo padrão mundano de beleza, mas que ainda fazem camuflado em conceitos de uma "vida saudável" ou com base no valor duvidoso da "auto-estima" – no caso da Ilha Canção Nova, a venda de tal definição de beleza ocorre sem qualquer receio, fazem na cara dura, explicitamente, colocam os corpos em "gôndolas" como qualquer outro produto de consumo. Mas, ainda, não somente o descaso com o que é sagrado e a inversão do que é belo que temos aqui, pois qual é a finalidade da exploração da sensualidade no mundo virtual, se não alimentar cada vez mais a sexualidade deturpada das pessoas.
Cheguei a questionar se a Ilha Canção Nova estaria perto ou não de uma parceria com um "fabricante de pênis", mas será mesmo que isso agravaria mais a atual situação? Certamente não, apenas evidenciaria o que já ocorre. E – recordando – que motivos para questionamentos de suas atitudes imorais é algo que a política hipócrita da Canção Nova não permite:
"Outra coisa incontestável que através dos vários conteúdos continuamente dispostos na rede são apresentados como naturais e normais as situações em que o amor é posto de lado para dar espaço a relacionamentos que tratam a pessoa como um objeto de prazer sexual usado conforme a conveniência, a forma mais evidente disso é a pornografia" (Marcio Mendes)
Um pênis exposto numa gôndola seria "evidentemente" pornográfico. Para tanto, os biquínis cumprem sua função de "cobrir" os órgãos sexuais femininos que fazem parte integrante dos corpos que estão à venda! Pois é, não mencionei, a coisificação máxima que se pode imaginar da sexualidade JÁ ocorre na Ilha Canção Nova. O órgão sexual feminino está lá, é parte integrante do corpo, e assim como o todo, vendido literalmente como um objeto. Mas foi como relatei, não mencionei isto antes porque por pouco eu também não teria percebido (ou seja, assim como a Canção Nova desejaria que fosse, assim como ela desejaria que o mal fosse introduzido, de forma astuta, rasteira – mas não desta vez!).
É tão gritante a falta do Espírito Santo, que até as coincidências, algo que eu não haveria de relevar, me parecem sinais. Percebam: "Jesus" é exatamente a última palavra no texto do Marcio Mendes. É a única vez que este candidato a teólogo, consagrado há 14 anos, diz, literalmente: "Jesus" em todo o seu texto. Todo o resto vem primeiro.
Dizer "Jesus é o Senhor" pode ser feito de duas formas muito distantes. Uma forma é justamente "não dizer", isso acontece quando você toma consciência que essa expressão só faz justiça na sua santidade, ou melhor, só faz justiça se você também pode dizer "eu sou santo". Porque se você não é santo, definitivamente Jesus não é o Senhor da sua vida. Ninguém é "dono" de um terreno quando uma parte deste terreno, pequena que seja, pertence a outro. Desta forma duas pessoas são os senhores deste terreno. Esta é uma forma de dizer que "Jesus é o Senhor": justamente "não dizendo" por que não é (somente Jesus). A outra forma é "dizendo de fato", geralmente por Santos, católicos fracos, e medíocres. Os Santos porque, apesar da incrível humildade que não permitiria a estes de pronunciar "eu sou um santo" mesmo sendo um, é o próprio Espírito Santo que se encarrega de pronuncia através deles "Jesus é o Senhor". Católicos fracos é um caso a parte, se tivessem consciência do peso da expressão provavelmente não diriam, porque estes, antes de dizer, têm consciência da fraqueza de sua fé e sabem que têm muito para crescerem. Entretanto, é no católico medíocre que essa expressão dói de ver ser pronunciada, porque católico medíocre é vaidoso, é soberbo, seu ego cresce mais que a sabedoria que adquire. Dói, revolta, dá ânsia, porque certamente estes possuem alguma sabedoria, sabedoria que atrai os mais fracos e ignorantes na fé, aí então pelo caminho errado.
Já viu uma frase de efeito? É aquela bonita, redondinha, que se separa das demais, que conquista o direito de ter a um parágrafo só pra ela.
"Bom… quem sabe essa “segunda vida” não se torne uma oportunidade de conhecer e entrar naquela vida verdadeira e definitiva que não se desliga mais: Jesus." (Marcio Mendes)
Muito bonito, mas não convence. Falo isso porque li o que ele escreveu anteriormente. Assim como dizer "Jesus é o Senhor": é uma frase muitíssimo linda, mas que da boca pra fora, sem comprometimento, a conotação desta frase é potencialmente contrária, dá ânsia, revolta – dizer então o nome de "Jesus", mesmo no final do texto do Marcio Mendes, está totalmente fora do seu contexto. Eu não me atreveria colocar "Jesus" no texto do Marcio Mendes, nem no fim, nem em qualquer outro lugar. Mas também devido à outra coincidência que eu não falei:
Esta, se não coincidência, ainda com muita razão de destacar: por 3 vezes seguidas, Marcio Mendes persiste em negar Jesus Cristo como algo maior que aquilo que o mundo mostra. Para o Marcio Mendes, a situação atual imposta pela sociedade é algo maior e definitivamente mais poderoso e influente. Marcio Mendes prega a desesperança, a impotência de Jesus frente ao mundo, o descrédito na instituição da família, e zomba dos seguidores de Cristo:
"Qualquer um, num breve tour pela net, poderá constatar por si próprio inumeráveis situações em que os interesses comerciais e a gana de domínio põem em segundo lugar valores como a ética e a dignidade das pessoas. E é claro que isso tem um impacto sobre a vida, pois os instrumentos da comunicação social, com seu poder de penetração e sugestão, realizam sobre a vida das pessoas, sobretudo em matéria de abordagem sexual, uma contínua e condicionante atividade de informação e de ensino muito mais forte que a família." (Marcio Mendes)
De fato uma família que não tem o Espírito Santo vivendo por meio dela é suscetível não somente a penetração da comunicação em larga escala, mas também pode se "perder" mesmo sem contato com esta comunicação. Entretanto, pelo desserviço prestado pelo Marcio Mendes até aqui, é quase evidente sua intenção neste parágrafo que, além de constatar a realidade de uma família fechada ao Espírito Santo, refere-se também a "qualquer família", até mesmo àquelas abertas ao Espírito Santo. Pois afinal, ele não especifica, mas por outro lado diz que "é claro". Portanto ele está generalizando sim, conferindo mais força aos instrumentos de comunicação do que a uma família abençoada por Jesus no sacramento do matrimônio, "sobre tudo em matéria" do que mais diz respeito a instituição da família e a vocação do matrimônio: a "abordagem sexual". Para confirmar, basta ler os 2 parágrafos seguintes, pois ele diz isso indo além somente dos "desequilíbrios", ou seja, desequilíbrios espirituais e culturais:
"À parte os desequilíbrios, é importante ter em conta o número de pessoas que já gasta uma parcela considerável de seu tempo diante de um computador… e façamos isso sem cair na ingenuidade de supor que este novo conceito de relacionamentos proposto pelo Second Life não irá influenciar a vida social concreta, porque vai. Aliás, já está fazendo isso há algum tempo.
O fato é que o virtual já se tornou realidade; e, para desespero dos preocupados e temerosos, não há como voltar atrás. Exiiste uma indústria global de interesses superdiversificados alimentando e expandindo o chamado “metaverso” (em contraposição a universo) da “segunda vida”, e fortes interesses econômicos garantem vida longa ao Second Life." (Marcio Mendes)
"Muito mais forte que a família!" Se ainda não influência, não caia na "ingenuidade, porque vai" influenciar, "e não há como voltar atrás". É isso que o Marcio Mendes afirma categoricamente! "À parte os desequilíbrios" – que são em si mesmos (a falta de equilíbrio) a causa do problema – não há brecha para outra possibilidade, pra ele é determinante. Não somente no que diz respeito à família que vive à Luz do Espírito Santo; mas também contrário às esperanças de qualquer família em Cristo.
Vocês não tenham estas afirmações do Marcio Mendes apenas como palavras ao vento de um ignorante. São mentiras gravíssimas que se potencializam pelo fato de se tratar de um "evangelizador" que tem a sua disposição um veículo de comunicação multiplicador de suas palavras (a Canção Nova). A intenção do maligno aqui é evidente, é um contínuo proceder desde Adão e Eva: o maligno que se atira como um lobo faminto para acabar com a instituição da família, desmoralizando-a, desacreditando-a, e desesperançando-a; o maligno que ludibria para mostrar como natural o que ele não pode esconder: sua oposição a cristo (anti-cristo), sua oposição a vida (segunda vida), sua oposição a toda a Criação (metaverso). E é assim que eu compreendo o porquê se faz visível este capricho do acaso que separou 3 oposições a Cristo em 3 parágrafos que se complementam, para mim vem confirmar a gravidade desta situação, assim como em uma situação similar: a situação opressora exercida sobre os cristãos nas horas que antecederam a crucificação. É como se o Marcio Mendes dissesse: "Ingênuo! Como pode seu Deus ter poder? Não vê que podemos crucificá-lo?"
Nem a propaganda no site do Second Life é tão agressiva, tão terrorista, como o Marcio Mendes é ao defender o Second Life:
"Quem não ouviu falar, pode ficar descansado porque ainda vai ouvir… e muito." (Marcio Mendes)
"Vantagens Inegáveis" (Marcio Mendes)
"E é claro que isso tem um impacto sobre a vida, pois os instrumentos da comunicação social, com seu poder de penetração e sugestão, realizam sobre a vida das pessoas, sobretudo em matéria de abordagem sexual, uma contínua e condicionante atividade de informação e de ensino muito mais forte que a família." (Marcio Mendes)
"(...) façamos isso sem cair na ingenuidade de supor que este novo conceito de relacionamentos proposto pelo Second Life não irá influenciar a vida social concreta, porque vai. Aliás, já está fazendo isso há algum tempo." (Marcio Mendes)
"O fato é que o virtual já se tornou realidade; e, para desespero dos preocupados e temerosos, não há como voltar atrás. Existe uma indústria global de interesses superdiversificados alimentando e expandindo o chamado “metaverso” (em contraposição a universo) da “segunda vida”, e fortes interesses econômicos garantem vida longa ao Second Life." (Marcio Mendes)
Antes de continuar, para aqueles que acabaram indo na onda do que o Marcio Mendes acha, vamos deixar claro: ele não tem autoridade suficiente para falar o que vai influenciar ou deixar de influenciar na vida social concreta. Ele está muito longe da área dele. Não tem autoridade, muito menos iluminação do Espírito Santo. Já mostrei sinais que o Second Life está muito aquém de uma consolidação, é ainda somente histeria e propaganda, muitas coisas terão que acontecer antes que o Second Life venha a vingar como o padrão da "nova" internet. E quase tudo mostra que não acontecerá, recordando: difícil acesso até mesmo para aqueles que acessam a internet; perda do interesse dos usuários (mais de 7 milhões não voltaram a usar o Second Life num período de 2 meses); muito pouquíssimo prático e ágil comparado com a internet atual para que venha ocupar o lugar desta (utilidade mesmo só pra "brincar de casinha", que também já nasceu ultrapassado por outros jogos); precariedade que não assegura a transição da "atual internet" para a esta "internet de brinquedo", no máximo, em algum futuro "fantasioso", seja uma "opção" para quem gosta de brincar ao mesmo tempo em que se informa e se comunica; se caminhar para esta fantasia, ainda assim as empresas que estão no Second Life não investem forte e suficientemente para dar o monopólio ao Second Life, muito longe disto, elas se depararam com um serviço precário e inseguro para as suas marcas; e ainda, "gigantes" do entretenimento eletrônico e da informática começaram a abrir concorrência; e não somente gigantes.
No mais, basta ver qual é o "2º maior empreendimento brasileiro" dentro do Second Life... diga você, é de se levar a sério? Não é porque nós católicos somos os mais ricos do Brasil, que qualquer investimento da Canção Nova se torna um dos "maiores"... Na verdade é por que está muito longe de ser um negócio confiável para empresas sérias investirem pesado, sendo assim o investimento da Canção Nova – irrisório perto da capacidade de investimento de centenas de outras empresas nacionais – tende a ser grande.
"E é claro que isso tem um impacto sobre a vida, pois os instrumentos da comunicação social, com seu poder de penetração e sugestão, realizam sobre a vida das pessoas, sobretudo em matéria de abordagem sexual, uma contínua e condicionante atividade de informação e de ensino muito mais forte que a família." (Marcio Mendes)
Muitos dos instrumentos de comunicação social são fortes sim, a televisão, o cinema, a publicidade. (Não o Second Life! Até um catálogo de cosméticos é mais forte que o Second Life.) E mesmo com todos estes instrumentos e "deuses" do Marcio Mendes ("indústria global", "fortes interesses econômicos", etc), a família é muito mais forte que todos eles juntos. É mais forte porque, entre estes, é a única abençoada por Deus. Por que eu haveria de temer?
A única coisa que tenho receio é que alguém mais fraco se contamine com as besteiras que o Marcio Mendes fala, e então siga pelo caminho errado. O que para minha infelicidade; e para a alegria de Marcio Mendes, João Mariano, Cynthia Mattosinho e companhia, isso já acontece. Muitos estão sendo motivados a entrar no Second Life, sendo envenenados somente para justificar os investimentos, a vaidade, as decisões "humanas" e precipitadas, e seus respectivos salários. Atraídos como ratos para o queijo de uma ratoeira.
Comentário de Marcos (31)
3/05/2007 @ 11:32
Parabéns pela iniciativa. Um idéia simplesmente maravilhosa poder disponibilizar um espaço Católico no mundo virtual da SecondLife. Tinha minhas dúvidas em fazer parte deste novo espaço, mas agora por saber que a Canção Nova está lá, não tenho mais dúvidas, passarei a ser mais um usuário por esse motivo. Grande abraço e parabéns mais um vez!!!
Comentário de Victor Kaio (251)
9/05/2007 @ 20:26
Eu queria jogar muito second life,e agora eu vou jogar no site da canção nova ai é melhor ainda.
Comentário de Sabrina (1931)
11/05/2007 @ 03:07
Adorei este artigo. Eu estava com muita vontade de entrar neste site, mas por falta de não entender bem o inglês fiquei com medo e de ter que pagar algo também. Pensei que se eu conseguisse entrar poderia estar até fazendo algo errado, mas agora sabendo que a Canção Nova está lá fico mais segura e por favor se der escrevam os passos para poder entrar no site e assim participar em mais uma forma de evangelizar.Obrigada e fiquem com Deus
Comentário de Everaldo Cordeiro (2001)
11/05/2007 @ 05:20
Parabéns Márcio… Que maravilhoso e educativo artigo. Vc e a Canção Nova acertaram em cheio e me surpreenderam… Que noticia boa! Já estava preocupado com as implicações do second life em nossas vidas reais… Mas a Canção Nova mostra que não podemos ter medo da verdade… Como educador e comunicador fico feliz por seu artigo e espero usá-lo em minhas aulas na universidade e nos demais momentos que tenho pra filosofar sobre a sociedade tecnocêntrica. Shalom!!! Everaldo Cordeiro. Santarém do Pará.
Comentário de Marcos Morais (2051)
11/05/2007 @ 13:04
Bom, eu confesso que estava ainda formando minha opinião a respeito deste desafio que a CN encarou. Entrar neste mundo virtual será realmente um novo desafio, e agora, vendo o Márcio com toda sua habitual perspicácia, me convenço sim que é realmente uma grande oportunidade para todos nós. Desde a minha conversão que não tem nem 2 anos, sempre tive a vontade de expor ao mundo como Jesus pode mudar a vida de alguém, dar meu testemunho, mas não tenho coragem, não tenho oportunidade, devido a timidez, por pensar que não estou ainda preparado para falar, por ainda não saber lidar com possíveis opositores, bem, vamos em frente, acho que irei embarcar nessa… A Paz de Cristo a todos…
Comentário de Daisy (2061)
11/05/2007 @ 13:22
Fiquei conhecendo a SL hoje, através da CN. Agradeço a informação e, nós cristãos temos q marcar presença em tudo. Parabéns pela dica e pelo alerta!
Comentário de Alessandra (2081)
11/05/2007 @ 13:54
Nossa! Está tão bem explicado o funcionamento do Second life que eu acho que até quem não entende nada de internet ou computador conseguiu entender muito bem… Não precisa nem desenhar… Agora essa de a Canção Nova entrar no Second Life foi realmente demais, uma idéia genial… Até eu fiquei com vontade de participar, parabéns pela matéria. A paz de Jesus e o amor de Maria
Comentário de Diego (1191)
12/05/2007 @ 00:42
Como posso acessar esse jogo atraves da cançao nova?
Comentário de Victor (1711)
14/05/2007 @ 02:28
bem gostei de que a cançao nova abriu o second life mais nao consigo jogar gostaria q vcs me passasse o email para eu entrar ok
Comentário de Rau (3501)
25/05/2007 @ 01:36
quero saber como me cadastrar no second life
E o pior é ver que tem mais isso que o meu dinheiro promove.
Sem mencionar mais uma vez o terrorismo ideológico, ainda temos outros incentivos:
"OBJETIVOS: Aproveitar o Second Life como um ambiente para co-criação e campo de pesquisa para desenvolvimento e lançamento de novos produtos. (...) AÇÕES: Estabelecer ponto de lançamento de CD instrumental dance exclusivo para o SL, com todas as músicas inéditas." Criar Campus de ensino a distância oferecendo cursos, com acompanhamento de profissionais da CN. Produzir réplica virtual da sede da Canção Nova de Cachoeira Paulista/SP."
"O Grupo Portugal OnLine, em parceira com a Ilha Canção Nova, irá realizar seu 1º Worshop. O evento será realizado no início do próximo mês no Campus da Universidade CN e visa a integração dos membros do Grupo, com sorteio, em tempo real, de diversos produtos reias."
"Mas ai vai uma boa dica: Convide seus amigos para ingressar no Second Life. A cada amigo indicado que se tornar um usuário Premium, o serviço irá dar um crédito de 2 mil lindens dólares."
"A Expo Católica acontece nos dias 16 a 19 de agosto no Expo Center Norte em São Paulo. E o ambiente de interatividade virtual, Second Life, será uma das atrações tecnológicas da Canção Nova na feira. (...) O espaço Second Life na Expo terá como atração, o cadastro de novos usuários,..."
Se existe uma coisa que não é dependente do Second Life, são "cursos a distância", muito menos a "réplica virtual" de qualquer coisa. Isso já bem usual bem antes da criação do Second Life. O Museu do Louvre até certo tempo atrás oferecia um tour virtual a partir de uma linguagem em 'flash'. Não é difícil, ao navegar pela internet logo você encontrará algo do gênero. Assim como cursos a distância, se é pra ser feito ao mesmo tempo em que se "brinca de casinha" com animações em 3D, tudo é possível, independente do Second Life ou de qualquer outra rede de relacionamento 3D do gênero.
Existe mais algum ponto que os defensores do Second Life querem levantar? Então façam, digam, para que então se possa mostrar a incompetência destes em prover por si mesmos algo do gênero.
Chega! Enquanto toda esta farsa não cair; enquanto a Canção Nova no Second Life não for apenas uma lembrança; enquanto esta forma descompromissada de conduzir a Canção Nova continuar existindo, enquanto um pingo de vaidade continuar brotando desta obra, não será mais o meu dinheiro que promoverá estes absurdos.
Imagine o trabalho que será, se levado a sério obviamente, para desfazer tudo isso. Não bastará tirar a Canção Nova do Second Life, muitas mentes já foram manipuladas. Vão vender as 25 ilhas, e não vão curar estas pessoas? É o mínimo a se fazer frente a tanta irresponsabilidade. E tomara mesmo que nenhuma das ovelhas "empurradas" para o lobo seja perdida – "melhor seria que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar." (Mt 18,6b)
Contudo, algo me deixa feliz em toda esta história: é saber que não sou o único. Ainda que a grande maioria não saiba exatamente do que se trata o Second Life, percebe-se que muitos são iluminados pelo Espírito Santo que não os deixa cair nesta roubada. Pelo pouco que estes sabem já é suficiente para tomarem uma posição. Uns falam de "avatares", outros falam da logomarca do Second Life, para outros ainda basta o nome: "Segunda Vida"... Algumas das objeções destes um tanto subjetivas, mas já suficientes para mantê-los longe desta armadilha do demônio – e precisa mais?
Mesmo com os esforços da Canção Nova em fazê-los mudar de opinião, pode se contar mais de 200 comentários dentro dos blogs da Canção Nova reprovando a atitude da mesma. É algo positivo (ainda que isto não contabilize nem a metade dos comentários a favor). Fora os emails enviados que eu não tenho ciência de quantos são. Só meu foram 12 emails enviados (em maio), para diferentes destinatários, e 3 respondidos.
Mas vale destacar – esta estatística relacionada aos "emails enviados e respondidos" parece não dizer muito sobre o assunto. Se você enviou um email ou perguntou algo por meio de um comentário no blog da "Canção Nova e Second Life" e não obteve resposta, é possível que este fato não tenha relação com o conteúdo da sua pergunta ou denúncia. O ato de ignorar emails e cartas há tempo é algo comum para a Canção Nova, independente do que se trata, seja sobre o Second Life, seja uma carta de suicídio. Compras pela internet, mesmo depois da efetivação do pagamento, levam 15 dias para serem "postadas" nos Correios; associados que pela primeira vez confiam, contribuem, e então não recebem a revista; cartas escritas a mão que depois de 6 meses ainda não foram respondidas. Enfim, isso exclusivamente, é algo habitual, nada tem haver com o Second Life.
Porém, quando respondidas...
Enviei um email para a Canção Nova denunciando específicamente "a promoção que o Second Life estava tendo no blog da Canção Nova", e eles me responderam com o "significado do que é avatar". É o cúmulo do desdém! Ter uma resposta padrão para uma respectiva pergunta, assim como muitas empresas mundanas (sem cunho caridoso e evangelizador) fazem, até que é admissível. Agora, a resposta a sua única pergunta vir com um texto contendo um monte de "respostas", menos a resposta para a pergunta que você fez, é um descaso tremendo! É pior do que as empresas mundanas fazem! Ou ainda, é justamente um reflexo do que tem sido toda essa investida da Canção Nova. Seja qual for a sua dúvida, a reposta muito provavelmente será exatamente a mesma que eu recebi (isso se você receber). Eles não estão nem aí. Pois, claro, de uma investida que é fruto da vaidade, o que mais há de se esperar? O que você fala, ou deixa de falar, dificilmente vai derrubar o orgulho deles.
Chego a suspeitar até onde realmente chega este orgulho? Até que ponto aqueles que dificilmente nos levantariam dúvida em sua conduta são cúmplices nesta investida? "Ricardo Sá", "Felipe Aquino", "Eto"... Quanto maior a referência moral e ética que o público tem nestas pessoas – ainda que muito se deva exclusivamente a exposição na mídia – maior deveriam ser suas responsabilidades. Mas que infelizmente, contrariando a lógica, não deixam de ser displicentes em também se mostrarem a favor da Canção Nova dentro do Second Life – se é que o nome, correspondente a autoria dos comentários, se refere de fato a estas pessoas:
Commntário de Paula Guimarães (1761)
10/05/2007 @ 21:58
Olá Márcio, que explicação clara sobre essa nova ferramenta. E claro a CN estará usando somente para o bem, nossa missão é evangelizar. Parabéns pelo artigo tenho certesa que o sócio da Canção Nova ficará muito feliz de poder contribuir para que Jesus alcance corações através deste meio. Parabéns a toda equipe que tem se empenhado nesta nova forma de evangelizar.
Ana Paula Guimarães.
Superintendente de Operações TVCN
Comentário de Diego Fernandes (4761)
31/07/2007 @ 14:00
Irmãos…Eu fico feliz por estarmos na vanguarda da evangelização! O padre Jonas sempre foi um visionário e neste mundo que estamos vendo é preciso pensar a fé com os pés no chão, coração em Deus e as mãos no teclado. Estamos juntos!!! GO AHEAD!!! GO ! GO!
Seria ingenuidade destes? É possível, mas não por isso amenizaria o fato do quanto são responsáveis frente ao público, para se darem ao luxo de serem ingênuos.
Ricardo Sá respondeu a um dos meus emails que denunciava os absurdos presentes no blog da Canção Nova. Respondeu por meio de seu endereço de email, logo, escrito por ele mesmo ou por alguém ele tenha incumbido de representá-lo, mas o que não diminui a sua responsabilidade. Eu disse:
"Reavaliem a criação do blog: http://blog.cancaonova.com/secondlife (...) Entre os pontos de maior gravidade presentes no blog estão: a promoção do Second Life (representada principalmente na própria existência deste blog); "convites" provocando a participação de quem lê; e uma sucessão de mentiras e informações tendenciosas, que vão do absurdo até mesmo a heresia." ― Referindo-me claramente ao blog, e ele respondeu como se eu tivesse referindo-me a internet como um todo:
"Estamos conversando bastante sobre seu ponto de vista sobre a utilização da Second Life. Entretanto é preciso tb verificar que questões como estas que vc menciona ("convites" provocando a participação de quem lê; e uma sucessão de mentiras e informações tendenciosas, que vão do absurdo até mesmo a heresia) estão presentes em todas as outras realidades virtuais da net desde um simples site." (Ricardo Sá)
Primeiro que "conversar sobre algo já feito" já se revela um erro, uma imprudência.
Quanto a internet como um todo conter coisas boas e ruins... Oras! Se o Ricardo Sá tivesse zelo com o que eu escrevi para ele, certamente não me daria como um leigo. Mas já que ele colocou esta extrema obviedade sobre a internet, vale frisar o que eu já disse mais acima e acrescentarei: se nenhuma realidade virtual existente é apropriada para "estar" presente sem que se cometa um mal a si próprio ou aos outros (antes mesmo de pensar em evangelizar), então que a Canção Nova crie sua própria realidade virtual sem a brecha que as outras realidades virtuais dão ao pecado. Se não tem capacidade para isso, paciência, antes vem a eqüidade.
Mas ainda, "um ouvinte leigo" – neste caso, tido por desmazelo na leitura e em perceber, conseqüentemente, a quem está se dirigindo – nunca justificará uma forma de linguagem que facilite a compreensão, no entanto induzindo-o a alienação:
"Lembre-se que quando a Igreja viu o cinema pensou ser coisa do diabo e não era; depois de muito tempo, tentamos fazer cinema e, agora, talvez seja tarde demais." (Ricardo Sá)
"... pensou ser coisa do diabo" ― Ricardo, você tem certeza mesmo do que está falando? Ou está simplesmente exercitando a "arte", muito difundida na sociedade, de "repetir o que ouviu algum dia de outro"?
Não vou me ater ao assunto de como uma retórica simplista, de tanto ser repetida, repetida, e repetida, ganha o imaginário popular sem ao menos ter uma sustentação sólida. Entretanto, não vou deixar de denunciar esta tentativa de alienação!
"Lembrar"... do que? Por acaso, pelo fato do senso-comum proceder (eu já ter ouvido de alguém ou na mídia), eu deveria ter a sua afirmação como "verdadeira"? – Digo isso porque, de verdade mesmo, o que você disse não tem nada.
Muito antes de você nascer, a Igreja já encarava o cinema como dom de Deus, e sabia distinguir perfeitamente "uma película" da "mensagem" que esta portava. O que mostro agora é o trecho de um documento datado de 1929:
"Na verdade nos nossos tempos torna-se necessária uma vigilância tanto mais extensa e cuidadosa, quanto mais têm aumentado as ocasiões de naufrágio moral e religioso para a juventude inexperiente, especialmente nos livros ímpios e licenciosos, muitos dos quais diabolicamente espalhados, a preço ridículo e desprezível, nos espetáculos do cinematógrafo, e agora também nas audições radiofónicas, que multiplicam e facilitam toda a espécie de leituras, como o cinematógrafo toda a sorte de espectáculos.
Estes potentíssimos meios de vulgarização que podem ser, se bem dirigidos pelos sãos princípios, duma grande utilidade para a instrução e educação, aparecem infelizmente, na maior parte das vezes, como incentivos das más paixões e da avidez do lucro. Santo Agostinho lamentava-se da paixão pela qual eram arrastados até os cristãos do seu tempo para os espectáculos do circo, e narra-nos com vivacidade dramática a perversão, felizmente temporânea, do seu amigo e aluno Alípio. Quantas depravações juvenis, por causa dos espetáculos modernos e das leituras infames, não têm hoje que chorar os pais e os educadores! São pois dignas de louvor e incremento todas as obras educativas que, com espírito sinceramente cristão de zelo pelas almas dos jovens, atendem com determinados livros e publicações periódicas, a tornar conhecidos, especialmente aos pais e educadores, os perigos morais e religiosos muitas vezes traiçoeiramente insinuados nos livros e espectáculos, e se consagram a difundir boas leituras e a promover espectáculos verdadeiramente educativos, criando até, com não pequenos sacrifícios, teatros e cinematógrafos em que a virtude não só não tenha nada a perder, mas até muito a ganhar." (Papa Pio XI, Carta Encíclica "Divini Illius Magistri", 1929)
São mais de 70 anos, e você acha isso pouco para "fazer cinema"? Se nada foi feito, se ninguém se mexeu, não foi porque a Igreja não permitiu – pelo contrário, já incentivava. Quanto ao período que concerne da descoberta do cinema até o ano de 1929, não tenho dúvidas que, pelo seu excepcional caráter, mesmo num provável desconhecimento inicial do que se tratava o cinema, a Igreja foi prudente e provavelmente não fez juízo algum até redigir este documento em 1929. Ou se, ainda num documento anterior, ela se pronunciou, o fez da mesma forma e o mais rápido possível que a sabedoria e eqüidade permitem agir.
Não tenham a Igreja assim como age a Canção Nova, é incomparável. Usar de uma inverídica acusação sobre a Igreja, para tentar aproximar dois casos (o Cinema e o Second Life) pelo juízo comum que as pessoas terão – isso é mesquinho.
Aí quando vemos pessoas "repetindo" a retórica que a Igreja é partidária do "obscurantismo" – é de se compreender, pois na verdade não é a Igreja e sim as pessoas envolvidas nela que são.
Ricardo Sá, uma pessoa na sua posição, dizer tais coisas, é mesmo de lamentar. Somado as palavras do Marcio Mendes ("...para desespero dos preocupados e temerosos"), vem confirmar o que de fato dita suas reflexões. O mesmo senso-comum que forma "temerosos", também move "corajosos".
Bom... apesar do nível das "reflexões", aqui definitivamente está a posição destes – pois, talvez pior, poderiam ser complacentes na omissão assim como muitos. Acho que não preciso comparar o que eu posso fazer daqui, da minha casa, e o que poderia fazer alguém lá de dentro da comunidade, em convívio e contato direto com os "veteranos". Ou será mesmo que não existe qualquer senso crítico e autônomo nos consagrados da Canção Nova?
Alertado foram – muito, e por muitos – não podem dizer o contrário. Entretanto, nós também não podemos dizer que eles não "reagiram". Houve uma mudança sim: "o banner que estava no topo do blog" foi mudado. Foi mudado o título "Canção Nova no Second Life"; retirado a logomarca do "Second Life" (uma mão com um olho no meio) e também as "pessoas virtuais" que rodeavam a logomarca da "Canção Nova". Agora, o título do banner está assim: "Canção Nova evangelizando no Second Life"; até mesmo a tipografia (formato da letra) da palavra Second Life foi distanciada da original.
E é isso o que temos depois de todas as reprovações: o "banner foi mudado". Eu mesmo estou começando a achar que não precisaria ter escrito nada do que tenho escrito, que a oposição de vários católicos foi finalmente atendida, POIS o banner foi mudado!... Só pode ser piada, e de mau gosto. É incrível o tamanho do cinismo desta gente! Maquiaram os "chifres" e o "rabo". Se a internet passasse cheiro, dariam um jeito também no "enxofre"!
Encontrar outros significados para o termo "avatar" é fácil... Até mesmo a logomarca formada por uma mão com um olho no meio pode variar em seus significados. Mas quero ver eles irem além de toda esta superficialidade:
"O retorno previsto é a evangelização dos não evangelizados. Um público que não atingiríamos por nossos meios atuais. Não ligariam a TV para assistir o Academia do Som, não ouviriam o Amor Vencerá pela rádio, ou não viriam ao acampamento de PHN. (...) Nossa missão é evangelizar em todos os meios de comunicação, e o Second Life, é um novo meio de comunicação." (Cynthia Matosinho)
"Pessoas que, por alguma razão, ainda não foram atingidas, diretamente, pelos nossos meios de comunicação já existentes” (Cynthia Matosinho)
"...por alguma razão" ― Nossa! Mas que esforço intelectual incrível!... E ainda dizem que isso é planejamento! ― "...a evangelização dos não evangelizados" ― Lembra até João Mariano quando este diz: "Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa".
É tanto papo furado, tanta forçada de barra, tanto tendencionalismo, tanta fantasia em cima do Second Life, que me dá ânsia continuar relendo. Tudo se resume em papo de marqueteiro picareta e de católicos vaidosos. Até parece que existe alguém que ao acordar vá direto para o Second Life e, deste, vá direto para cama, para que no outro dia, repita o mesmo processo, sem entrar em contato com mais nada. "Ou é audiência da Canção Nova ou é audiência do Second Life" – eles dizem. Isso é nojento!
Nos últimos dias, ainda acharam o depoimento de um padre, retirado do mesmo saco de leviandades:
"O clérigo lembra que outras religiões já estão presentes no mundo virtual e que, portanto, seria oportuno que a Igreja Católica fizesse o mesmo." (Blog Canção Nova, referindo-se as palavras do padre Michele Simone dadas aos site da BBC Brasil)
O mesmo padre que disparou outra leviandade ao Financial Time: "Hoje, temos mais de 200 missionários na China. Eu não vejo o espanto de termos alguns avatares no Second Life?" — como se a comparação procedesse.
Este confirmava a "visão" da revista La Civiltà Cattolica expressa pelo padre Antonio Spadaro no artigo "Second Life: Il Desiderio Di Un’ Altra Vita" ("Second Life: O Desejo de uma Outra Vida"). Se você não agüenta mais retóricas simplistas, recomendo que não leia – deixe por conta do "Vaticano", como assim disse o padre Michele Simone a BBC Brasil, já que, segundo ele, a revista é supervisionada pela Secretaria de Estado da Santa Sé antes de ser publicada, mas que, incoerentemente, o mesmo padre diz ainda não saber se eles apoiarão a iniciativa (de algo já publicado). Seja qual for a verdade, talvez o Vaticano tenha uma luz contributa quando este caso da Canção Nova for exposto.
Um dos "católicos centrados", ao comentar no blog da Canção Nova, sugeriu "que um hacker tivesse invado o sistema da Canção Nova e feito tudo aquilo" – seria mais razoável do que toda esta abundância de besteiras.
O que acontece é que aprofundar-se sobre o assunto não lhes convém. Ninguém é "tolo" o bastante que, quando interessado na mentira, apresente a Verdade. Mas vale diferenciar de que tipo de gente estamos falamos, pois é claro que eles têm acesso a Verdade, é claro que o Espírito Santo não abandonou estes que são (ou "eram" pra ser) pontos de referência na escuridão, certamente os falou a respeito da Verdade... porém eles deram ouvidos a outros senhores, deram ouvidos à vaidade, orgulho, prepotência, soberba. Se assim não fosse por que então Marcio Mendes consideraria apenas 3 parágrafos de um texto da Santa Sé? Ele tinha acesso a Verdade no próprio site do Vaticano e poderia pensar sobre ela, mas preferiu gastar apenas 5 minutos como lhe conveio. Da mesma forma, um marqueteiro, ou um publicitário, ou outros profissionais correlacionado a estes (e envolvido nesta investida da Canção Nova existem vários, principalmente quando o "assunto" é "se aparecer"); eles não podem dizer que não tiveram acesso a Verdade a respeito da Teoria da Comunicação desde a sua essência. Um profissional da comunicação só é um profissional quando se vale deste conhecimento, que de certa forma é conhecimento básico. E o que é a Canção Nova se não vários profissionais da comunicação? Ou são um monte de picaretas, e a ética e a responsabilidade da profissão passam longe da prática? É claro que pelo menos alguém de lá, fora os picaretas e oportunistas, sentiu o "toque" da Verdade, mas nada fez.
"Para que os meios de comunicação sejam devidamente enquadrados na história da Criação e Encarnação redentora, e seja possível avaliar da sua moralidade, torna-se necessário, por um lado, encarar o homem na sua totalidade e, por outro, conhecer bem a técnica da Comunicação Social. Os comunicadores (isto é, os que profissionalmente empregam estes meios) devem, segundo a própria consciência, procurar ser competentes, no recto desempenho da sua profissao; dever este que aumenta proporcionalmente com a responsabilidade de determinado cargo na qualidade final da transmissão. Máxima competência se pede finalmente daqueles a quem toca iluminar o juízo do público."
"Todos os esforços, portanto, são poucos para cuidar a informação"
"Para que os meios de comunicação estejam realmente ao serviço do homem, é preciso ter em conta no seu funcionamento e antes de tudo, a importância do factor humano; factor que está muito para além dos admiráveis recursos dos instrumentos mecânicos e electrónicos."
"É preciso, em primeiro lugar, estimular o conhecimento dos princípios que regem o uso dos meios de comunicação"
"Trabalham, às vezes, no campo das comunicações pessoas que não tiveram a devida formação profissional. Quem tem, pois, de trabalhar neste domínio, deve procurar a especialização teórica e prática correspondente e, mesmo, obter os graus académicos das Faculdades de meios de comunicação."
"Bispos, Sacerdotes, Religiosos, Leigos e todos os que têm responsabilidades no seio do Povo de Deus são convidados insistentemente a escrever na imprensa, e a participar em emissões radiofónicas e televisivas. Esta representação pode trazer grandes benefícios para a opinião pública, mas exige perfeito conhecimento da índole e fins dos meios de comunicação."
"Toda a problemática dos meios de comunicação deve estar presente nas diversas disciplinas teológicas e, dum modo especial, na moral, pastoral e catequética."
"Durante a sua formação, os futuros sacerdotes, religiosos e religlosas devem conhecer a incidência dos meios de comunicação na sociedade, bem como a sua técnica e uso, para que não permaneçam alheios à realidade, e não cheguem desprevenidos ao ministério apostólico que lhes será entregue. Tal conhecimento faz parte integrante da sua formação; é condição sem a qual não é possível exercer um apostolado eficaz na sociedade de hoje, caracterizada, como está, pelos meios de comunicação. Por isso, é necessário que sacerdotes, religiosos e religiosas conheçam de que modo se geram opiniões e mentalidades na sociedade actual, e assim se adaptem às condições do mundo em que vivem."
"A preparação profissional deste pessoal, eclesiástico ou leigo, deve ser um dos principais cuidados dos responsáveis neste campo."
"Faz parte do papel dinamizador e organizador dos dirigentes eclesiásticos, a consideração atenta de toda a esfera das comunicações sociais"
"Investigar finalmente com cada vez maior espírito científico as próprias leis internas dos meios de comunicação e suas condições de aplicação e influência."
(Concilio Ecumênico II do Vaticano, Instrução Pastoral "Communio Et Progressio", 1971)
"Quanto aos que estarão activamente empenhados em trabalhos de comunicação para a Igreja, é necessário que adquiram competência profissional em matéria de mass media, assim como uma formação doutrinal e espiritual."
"Do mesmo modo que o Espírito ajudou os antigos profetas a decifrar o plano de Deus através dos sinais dos tempos, Ele ajuda hoje a Igreja a interpretar os sinais do nosso tempo e a realizar a sua tarefa profética, que comporta o estudo, a avaliação e o bom uso, que hoje se tornaram fundamentais, das tecnologias e dos meios de comunicação."
"As estratégias da Igreja no campo da comunicação devem fundar-se numa pesquisa séria em matéria de mass media, o que implica uma análise e avaliação feitas com conhecimento de causa."
(Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Instrução Pastoral "Aetatis Novae", 1992)
Como publicitário, pra mim, basta os princípios da comunicação para desmascarar de vez esta investida da Canção Nova. Mas irei além, como católico, usarei também a palavra da Igreja para acabar com este covil de hipócritas; documentos da Igreja que Marcio Mendes teve a disposição e não usou.
"A posição da Igreja é muito clara nessa matéria..." (Marcio Mendes)
De fato, a posição da Igreja Católica sobre os meios de comunicação é muito clara, pois faz parte de uma Verdade muito acessível. Entretanto, ao não conhecer toda a Verdade a este respeito, ainda que acessível, mas apenas ter em seu imaginário "que se trata de algo muito claro", é dar brechas para que o maligno infunda qualquer outro raciocínio fácil, mas que não é o correto. Por veras, qualquer raciocínio fácil também se mostra "claro". Contudo, o potencial manipulador que isso atinge é enorme; como exemplo temos o Marcio Mendes falando pelo meio massivo que é a Canção Nova. A mídia de massa, em sua maioria, trabalha quase unicamente para isso, são interesses obscuros, disfarçados, malignos, tentando moldar o seu imaginário, a sua mentalidade. E no final quem peca é você. Repetidamente você ouve: "pois o Papa afirma que os meios de comunicação devem ser usados para a evangelização"; "O Papa é a favor e exulta a inteligência do homem que o leva a descobrir estes meios de comunicação", "A Igreja é a favor, e isso é claro", "Tudo é muito claro!", "Indiscutível!", "Inegável!", "Você será dado como temeroso e alienado se discordar do Second Life... assim como aqueles que discordavam no surgimento do Cinema".
Pois bem, eu também era um dos que estavam sendo levados por esta manipulação da Verdade. É preciso muita vigilância, o mal está sempre a te rodear, e se aproxima conforme você vacila. Mas assim como muitos católicos, guiados pelo Espírito Santo, que conseguiam ver o vulto do demônio na investida da Canção Nova no Second Life, eu também pude ver. Juntos, reprovamos a Canção Nova que nada fez até agora. Nada! E o Eto ainda falou no dia 22 de maio na TV que a "espiritualidade" na Canção Nova foi o que mais cresceu. Nem sabe ele que muitas pessoas que o cerca são na verdade lobos em pele de cordeiro. Nem sabe ele o quão pobre do Espírito Santo está a Canção Nova. E talvez ele seja o próprio exemplo, já que como administrador permitiu a entrada da Canção Nova nessa roubada. Se no começo o Espírito Santo me levou a exigir da Canção Nova a exclusão do blog infame. Agora o Espírito Santo me leva a denunciar todo e qualquer passo da Canção Nova para dentro do Second Life. Se antes eu via apenas o vulto do maligno, agora eu vejo o maligno nitidamente.
Bastou ver toda a Verdade:
A comunicação, ou a descoberta de que é possível ter uma "comunicação pelos meios", explorando estes meios, ou, ainda, esta consciência e o seu aproveitamento progressivo, é resultante da inteligência do homem sobre a natureza. Inteligência esta dada por Deus.
26 Então Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra." 27 Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. 28 Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a." (Gên. 1, 26-28a)
Não há melhor defesa e "identificação" dos meios de comunicação; se a Canção Nova tivesse uma reflexão séria sobre estas poucas linhas da Bíblia quase que dispensaria toda a argumentação desta carta.
"Toda a arte nobre tem como fim e como razão-de-ser, tornar-se para o homem um meio de se aperfeiçoar pela probidade e virtude" (Papa Pio XI, "Vigilanti Cura", 1936)
"Entre as maravilhosas invenções da técnica que, principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda de Deus, das coisas criadas, ..." (Papa Paulo VI, Decreto "Inter Mirifica", 1966)
Deus tem parte em todo meio de comunicação, pois este meio é a própria natureza. E não somente no meio, também na inteligência do homem que por sua vez descobriu e aperfeiçoou estes meios.
Assim como Deus também está, como Espírito Santo, em todo o homem que utiliza o meio em prol da Verdade, sem manipulá-la ou sem ocultar sua parte necessária de Verdade. Pelo Espírito Santo e não por capacidade do homem; sozinho o homem não acertaria, mas pelo o próprio Espírito Santo que saberá a quantia exata da Verdade que deve ser dita.
"Para dar testemunho de Cristo é necessário fazer a sua descoberta e cultivar uma relação pessoal com Ele através da oração, da Eucaristia e do sacramento da reconciliação, da leitura e reflexão da Palavra de Deus, do estudo da doutrina cristã e mediante o serviço prestado ao próximo. Em todo o caso, para se conseguirem resultados autênticos, tudo deverá ser alcançado mais por obra do Espírito Santo do que pelos nossos meios." (Papa João Paulo II, 34° Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2000)
Do contrário, é pela falta do Espírito Santo que chegamos ao ponto que chegamos, ao conferir ao Second Life o conceito de "meio de comunicação", é aí que tudo se confunde e se perde.
Tudo se confunde – pois acontece numa situação propícia para o mal agir: um imaginário coletivo que tem somente "a postura da Igreja Católica". De fato, a "postura" da Igreja em relação aos meios de comunicação é Verdadeira; mas a "definição" dos "meios" introduzida pelo mal, não. E assim, tudo se perde – pois como a postura da Igreja tem força, logo a definição do Second Life introduzida ali também ganha força.
É desta "cobra" astuta que Deus alerta. E como o maligno é astuto, baixo, rasteiro! Usa dos representantes da Igreja para manipular a Verdade.
Vamos, então, na essência, além desta superficialidade conveniente e cômoda colocada pelos defensores do Second Life.
"Meio de comunicação" é exatamente o que o "termo" indica, mas não tente buscar no Dicionário porque não estará lá tão aprofundado. Sejamos um pouco mais técnicos, para que vocês entendam:
A água é um "meio", a madeira é um "meio", e mais especificamente toda a matéria é um "meio". Ao você falar com uma pessoa, o meio utilizado é o ar, a densidade de gazes que o formam permitem que o som produzido na sua garganta (a vibração que produz a suas cordas vocais) viaje pelos gazes que formam o ar. Se por causa disto, o ar permite que em algum momento uma "comunicação" seja feita, uma interação entre o emissor do som (as cordas vocais) e o receptor (o tímpano do ouvido), logo o ar é um "meio de comunicação". O ferro é um meio de comunicação, por "meio" dele você pode ouvir um trem se aproximando; o atrito do trem com os trilhos produzem uma vibração nos trilhos que chega a você antes da mesma vibração (atrito) ser percorrida e ter êxito de chegar até você por meio do ar.
Os exemplos são incontáveis, para todos existe um emissor, um receptor, e um ou mais meios entre eles que permite a comunicação.
Da mesma forma, o conceito vale para os meios de comunicação conhecidos como Televisão, Rádio, Cinema, Fotografia, Revista, Jornal, Internet, para citar alguns; estes na verdade não são "meios de comunicação" propriamente ditos, são comumente chamados assim devido a uma convenção "naturalmente" estipulada.
Os princípios da comunicação realizada por um "Celular" estão mais para um Rádio do que para um Telefone, logo o Celular é um tipo de Rádio. Entretanto você não estranharia se alguém se referisse ao seu celular como "telefone". O contrário seria se este alguém o chamasse de "rádio". São convenções utilizadas para facilitar o entendimento na sociedade, entre nós, entre as pessoas.
Você estaria mais disposto a entender, se eu dissesse que entraria em contato com você por um "blog" ou "bits"? Certamente, por um blog, que foi o que você acessou para ler esta carta. Então, qual é o meio de comunicação utilizado neste caso? Blog? Internet? Bits? Fibra ótica? a Luz?... Essa é mais uma "convenção" utilizada para que as pessoas se entendam. E neste caso para você me entender, eu preciso dizer que "me estou me comunicando com você por meio deste blog".
Até certo tempo atrás, ao você falar que entraria em contato com alguém pela "Internet", muito possivelmente este alguém não esperaria outra forma de contato se não pelo tradicional "email". Logo, se convencionou que a internet era um meio de comunicação devido ao email. Hoje, apesar de fisicamente impossível, parece existir vários meios de comunicação "dentro" da Internet. Dizer que "entrarei em contato com alguém pela Internet" significa menos do que se fosse dito anos antes, pois para isso posso me utilizar: de um email, chat, do MSN (mensagem instantânea), de um site, deixar uma mensagem no Orkut, etc...
Um email é chamado de meio de comunicação, ou um celular é chamado de telefone, mais pelo seu "USO" do que pela sua "CONSTITUIÇÃO", ou, melhor dizendo, mais pelo seu "uso", sua "prática", do que pela sua "natureza" – a natureza que o constitui, sua matéria. A prática do celular é mais acessível à massa do que a teoria do que o constitui, então, por isso, sobressai-se o seu "uso".
Não obstante, a língua portuguesa também favorece esta confusão. A palavra "meio" pode ser usada tanto como "forma", "modo" de se comunicar, como pode ser usada no sentido de "corpo", "matéria", "condição" que permite o fenômeno da comunicação. Por isso a enorme facilidade (ou negligência em certos casos) de usar a expressão "meio de comunicação" indeterminadamente.
O Jornal e a Revista, apesar de serem tratados como meios de comunicação distintos, comungam na sua natureza do mesmo meio que permite a ambos transmitir mensagens: o "papel", ou, mais especificamente, as fibras da madeira, ou, ainda, a celulose. E ainda temos os livros, as cartas, os cartazes, todos comungam o mesmo meio de comunicação. Cada um, obviamente, com a peculiaridade que o fazem aparentemente diferentes: uns recebem acréscimo de outros materiais, em outros as fibras ganham um tratamento diferenciado ou aperfeiçoado. Isso permite, por exemplo, que os livros durem mais, os jornais menos; as revistas suportem uma melhor qualidade de imagem, o jornal não; o jornal seja mais barato e acessível, a revista nem tanto. É a inteligência do homem sobre a natureza, que permite avançarmos do "papiro" para o papel que possuímos hoje.
É importante ter isto em mente, também para saber discernir quando de fato estamos diante de um "novo" meio de comunicação, e não cair na onda de certos aproveitadores. Porque se não, pelo contrário, uma carta escrita com uma caneta de tinta verde no início, vermelha no meio, e dourada no final, será também um novo meio de comunicação, pois somente devido ao seu "modo" de se comunicar. Usar-se deste conceito para defender raciocínios, ignorando completamente outro sentido, é muito do ordinário.
O Cinema, por exemplo, nunca foi um "novo" meio de comunicação. Ele surgiu simplesmente pela percepção do homem de que fotografias tiradas em seqüência, com intervalos muito curtos entre elas, e, então, depois apresentadas na mesma freqüência com que foram tiradas, davam a sensação de movimento. O Cinema, desde o início, serviu-se da mesma natureza da Fotografia, ambos se utilizavam da sensibilização de cristais de prata à luz.
Este convencionalismo em cima do termo "meios de comunicação" não é mau, quando utilizado com o intuito de dinamizar a comunicação. Mas extremamente grave se utilizado para sustentar idéias científicas, onde a VERACIDADE da mensagem é fundamental e suprema em contraposição a AGILIDADE que esta mensagem é passada. Seja qual for o estudo, ignorar a existência de dois significados da expressão "meio de comunicação" é um erro grotesco, e muito longe de ser considerado um estudo sério, pois pode levar a uma conclusão distante da verdadeira.
Qual foi o sentido usado pela Canção Nova para definir o Second Life como um "meio de comunicação"? "Modo" da comunicação ou sua "natureza"? Certamente, nenhum dos dois! Quando você manipula uma expressão como lhe convém e não conforme a Verdade, o significado apresentado pode variar entre os dois sentidos e ainda assim não se comprometer com nenhum deles.
Se a "natureza" da comunicação foi o sentido utilizado, a Canção Nova mente porque Second Life não é meio de comunicação, muito menos "novo", pois se utiliza do mesmíssimo meio utilizado para enviar um e-mail, uma mensagem pelo MSN, ou no Orkut. Se pelo "modo" da comunicação, então também mente porque a Igreja é partidária da evangelização pelos meios de comunicação, mas não neste sentido da expressão. Veremos:
"Tudo", sem exceção, que você vê na tela do seu monitor: "variadas formas (caracteres, palavras, imagens, desenhos, representações da realidade, etc.) assim como os movimentos (animações) destas formas, e ainda as cores que as compõem – façam parte de um software, site, sistema operacional (aparência de programas diversos, Windows, serviços de e-mail, MSN, Orkut, sites, blogs, jogos, Second Life), ou mesmo vídeos"; é o resultado da disposição de milhares de pontos luminosos na tela. Estes pontos, por sua vez, são compostos da projeção de 3 cores luminosas (vermelho, verde, e azul), que variam de intensidade luminosa conforme a cor e a forma que representarão na tela. Até aqui, é exatamente assim como acontece no seu aparelho de televisão convencional, com algumas particularidades próprias para cada caso como, por exemplo, a diferença no número de pontos luminosos, que no seu televisor chega a 525 horizontais por 525 verticais, e no seu monitor comumente 800 por 600 (ou mais), se equiparando com os mais recentes televisores de alta resolução, de plasma e LCD.
Para que estes pontos luminosos possam mostrar algo na tela do seu monitor, eles são organizados segundo "informações" que determinam com que intensidade de cor cada uma das 3 cores que compõem cada um dos pontos deve agir. Estas informações são passadas pela combinação dos dígitos binários: "0" e "1" (terminologia dada a presença ou ausência de um impulso elétrico). Tudo o que você vê na tela do seu monitor, formas e mensagens de todo tipo, são resultantes da organização seqüencial destes dois dígitos. Onde, por exemplo, numa suposição, para formar o "pingo" da letra "i" seria preciso uma combinação destes dígitos que poderia ser: "00101001", e para formar a letra "i" completa: "00101011100101100000110101011110001110010001111011010110101001010011001001001101000110110111110110101101000100111100010101101110110110111010". Não há necessidade de sabermos qual é a combinação certa, mas é fundamental termos a consciência de que qualquer frase que você escreve no seu email, MSN, blog, Orkut, sites, assim como a "estrutura" (aparência) destes, são, mais especificamente, a combinação dos dígitos "0" e "1" (ausência ou presença de um impulso elétrico), ou seja, uma informação que o computador recebe e decodifica, determinando assim somente como os pontos luminosos irão aparecer para você. Estes dígitos binários são chamados de bits e, uma combinação de 8 destes dígitos, bytes. Você pode comprovar na prática neste mesmo momento, veja as propriedades de algum de seus arquivos presente no computador, por exemplo, uma foto. Nas propriedades desta foto (mais especificamente onde diz "tamanho") aparecerão quantos bytes (combinações de 8 dígitos) possui a informação que determina como esta foto é formada na tela. Ainda, por isso, pelo fato de não ser nada mais do que "dígitos", se diz que para "passar" uma foto de um papel para o computador é preciso "digitalizá-la" (processo feito por um scanner). Qualquer aparelho "digital" trabalha assim. Ao ouvir uma música no formato "MP3" que possui uma taxa de bits de "128 kbps" (128000 bits por segundo), e em seguida ouvir a mesma música, porém, numa taxa de bits de "320 kbps" você claramente perceberá que a música do segundo arquivo de música é mais "encorpada" ou "cristalina", justamente porque no segundo caso há mais informações (mais bits) que determinam "sons, tonalidades" (freqüências) que o primeiro arquivo (de 128 kbps) ignorou, com isso tornando este primeiro arquivo de menor tamanho.
Outra aplicação prática é conferir a velocidade da sua internet; a velocidade que os bytes (informação) de todo mundo chegam até você, e partem do seu computador para o mundo. Se você tem uma internet de velocidade 300 Kbps, mas algum dia achou estranho que quando estava fazendo o download de algo (baixando ou salvando no seu computador algo que estava na internet) a velocidade não passava de 37,5 KBps, é simplesmente porque 37,5 é exatamente a velocidade em bytes (combinação de 8 bits), e 300 é quantidade em bit, unitário. Logo 37,5 multiplicado por 8 é igual a 300. A diferença, quase que imperceptível, ocorre pelo fato de se aplicar na sigla a letra "B" maiúscula para referir-se a "byte", e minúscula para "bits". Possivelmente, isso aconteça também para que um provedor de acesso a internet que trabalha com a medição em byte não seja passado pra trás por outro que usa a medição em bits, logo você pagaria por uma internet a 300 Kbps de velocidade ao invés de uma a 37,5 KBps, ainda que as duas tenham a mesma velocidade.
Tudo que chega até você ou sai do seu computador são bits, e por isso não haveria de ser diferente a "medição" da velocidade da sua internet.
E-mail, sites, blogs, filmes, músicas, jogos on-line, MSN, Orkut, Second Life, assim como toda a programação e melhor aproveitamento da Internet; tudo não passa de bits, ou seja, "informação" – e não "tecnologia" desenvolvida com base na natureza.
A web de 15 anos atrás ainda é a mesma web de hoje, o que mudou foi um melhor aproveitamento da mesma web. Quanto à nomenclatura tão pomposa "Web 2.0", ela não passa de mais um nome dado com o intuito de promover produtos e serviços; só um termo que "vende mais" – e não são poucas pessoas que afirmam isso, temos ainda Ted Nelson, nada menos que o pioneiro da internet, que concorda com a mesma afirmação (Fonte: TV Cultura, Roda Vida, 11/06/07). É repugnante ver a Canção Nova se utilizando deste termo, porque é falso, ilusório, sensacionalista... alías, concordemos que isso já não é mais surpresa: "Quem não ouviu falar, ainda vai ouvir… e muito" (Márcio Mendes) ― Quão ridículo alguém pode ser? ― "Trata-se de uma bolha digital [Second Life], um espaço comum. (...) A palavra-chave no ambiente Second Life é relacionamento. Relacionar-se implica em conhecer, estreitar contatos diretos com o usuário. (...) O contexto do Second Life está permeado pela inteligência coletiva, interatividade com criação de redes sociais de compartilhamento de informações. (...) Dentro do ambiente Second Life o usuário tem essa possibilidade de visualizar e conhecer produtos Canção Nova. (...) Criar uma consciência coletiva, gerando uma inteligência coletiva distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta de uma mobilização efetiva das competências. Ser um promotor desta consciência coletiva é papel fundamental da Ilha Canção Nova." (João Mariano) ― do jeito imperativo que falam até parece, como se a Internet já não fosse tudo isso desde sempre. Se a Internet é uma "inteligência coletiva", a Canção Nova é o próprio exemplo dos que não a utilizam. E ainda querem ser promotores desta "inteligência"? Só pode ser piada!
O que você faz no seu computador ao utilizar o teclado e mover o mouse é passar instruções ao computador (por meio de impulsos elétricos, ou seja, bits) para que ele apresente na tela do monitor a ação que você imagina estar executando. E, assim, temos o "computador". Se, ainda, você desejar enviar isto para o usuário de outro computador; teremos a Internet:
Os impulsos elétricos então percorrerão o "meio" que a inteligência do homem percebeu capaz de enviar estes impulsos: uma linha de telefone, ou seja, uma linha de fibra óptica.
Pela fibra óptica, os impulsos, convertidos necessariamente de "impulsos elétricos para impulsos luminosos" (pois somente estes são capazes de percorrer a fibra óptica), podem ir do seu computador a qualquer computador do mundo, permitindo assim uma comunicação.
E o que é um impulso luminoso se não assim como uma onda eletromagnética. Sendo assim, você também pode não ter a necessidade de uma fibra óptica, mas de algo que se comporte como uma onda eletromagnética, ou seja: uma onda de "rádio", e receber a internet em seu celular, como já ocorre, ou mesmo no seu computador numa conexão conhecida como wireless (sem cabo; sem fio).
"Pontos luminosos" na tela do seu monitor, "corrente elétrica", "ondas eletromagnéticas", "fibras ópticas", são este os verdadeiros meios que permitem a comunicação pela internet, basicamente. Porém, perceba-se do seguinte conceito de uma comunicação, que fará nos aprofundar no verdadeiro conceito de Second Life:
A "corrente elétrica", assim como as "ondas eletromagnéticas", permitem a comunicação, são essenciais, porém não são os meios de transição da mensagem. No contexto da internet, a corrente elétrica e as ondas eletromagnéticas são as próprias portadoras da mensagem; contidas nelas estão as mensagens que você enviou, ou tudo aquilo que você recebeu do mundo. Mas sejamos mais específicos: não a "corrente elétrica", ou as "ondas eletromagnéticas" em si, mas a "manipulação" delas em impulsos (bits) que as transforma em mensagens.
Assim como a "tinta" antes de ser utilizada para escrever uma carta. A tinta é neutra, não carrega consigo qualquer mensagem. Mas ao colocá-la no papel, a tinta expressa tudo o que o escritor pode passar ao leitor, desde um desenho a palavras.
No caso da "corrente elétrica" e das "ondas eletromagnéticas", também são neutras como natureza que as constitui, mas se manipuladas como impulsos então são toda mensagem que é passada pela "fibra óptica". E esta (a fibra óptica) sim, assim como o "papel", é o meio por onde transita a mensagem.
Logo, mas não somente por isso, o diálogo que há entre as pessoas dentro do Second Life; o movimento (animação) destas representações incompletas de seres humanos; os mais variados sons e imagens (estrutura visual, fotos, vídeos) existentes dentro do Second Life; e todos os fatores condicionantes (programação) que ditam como todos devem agir (ou permitem que ajam); são a própria mensagem enviada como bits (impulsos) a todas as pessoas que se inserem no Second Life.
Assim, qualquer diálogo proferido dentro desta Segunda Vida, carrega consigo todos os fatores que o cerca: não somente casas, ruas, e cidades virtuais, mas também a supervalorização do que é temporal, a coisificação da sexualidade, a superficialidade da relação, o afastamento físico, a alternativa à vida real, a proposta de uma vida melhor que a real, a proposta da segunda vida.
Por isso, estar dentro do Second Life pregando a Palavra da Verdade, da Vida, e do Caminho é uma hipocrisia sem tamanho, pois o contexto é atuante na mensagem. Principalmente dentro do Second Life onde o contexto é mais explícito ainda. O que a Canção Nova prega de fato é que é aceitável recusar o seu sobrenome, que é aceitável os fatores condicionantes que impõem o sexo como uma coisa, entre inúmeras outras mensagens intrínsecas a toda frase dita dentro do Second Life.
Se você discorda, então também deve discordar que o "volume" (intensidade) do som da sua conversa dentro de uma biblioteca independe deste lugar; que em nenhum momento da sua vida seu palavreado não esteve condicionado pelo recinto de uma igreja, o que lhe requereu maior cuidado com as palavras; que a sala de cinema não impõe o silêncio quase que absoluto. Deve discorda, ainda, que uma reportagem veiculada num tablóide sensacionalista europeu tem menos crédito (menos chances de ser verossímil) que a mesmíssima reportagem (o mesmo texto com as mesmas palavras) veiculada no Le Monde.
"Considerem, pois, as matérias que se difundem através destes meios, segundo a natureza peculiar de cada um; tenham, ao mesmo tempo, em conta todas as circunstâncias ou condições, isto é, o fim, as pessoas, o lugar, o tempo e outros factores mediante os quais a comunicação se realiza e que podem mudar ou alterar inteiramente a sua bondade moral." (Papa Paulo VI, Decreto "Inter Mirifica", 1966)
"Não basta portanto a recta intenção e a boa vontade para que a comunicação seja, ipso facto, positiva" (Concilio Ecumênico II do Vaticano, Instrução Pastoral "Communio Et Progressio", 1971)
"o mérito e validade moral de uma comunicação não depende só do assunto ou do conteúdo intelectual, mas também do tom e estilo com que se comunica, da linguagem e meios de persuasão que se empregam, das circunstâncias do momento" (Concilio Ecumênico II do Vaticano, Instrução Pastoral "Communio Et Progressio", 1971)
A defesa que a Canção Nova faz em relação ao "contexto" é uma versão superficial do que seria, por exemplo, a evangelização numa casa de prostituição sexual (assim como compararam muitos dos que comentaram no blog infame). Segundo eles, a evangelização deve estar em todos os lugares, "ir aos confins do mundo para evangelizar a todos" (Cynthia Matosinho). Entretanto, antes que alguém mais compare novamente um ato extremamente louvável com toda esta farsa a cerca do Second Life, perceba-se que para evangelizar num prostíbulo você não precisa necessariamente prostituir-se também.
Mas não somente o "contexto" que a Canção Nova ignorou em sua cruzada pela evangelização onde tudo é possível.
Pois se não fosse isso, qualquer um poderia estar fazendo o mesmo sem precisar cometer outro erro: "comprar espaços (ilhas) lá dentro". Bastaria se cadastrar, entrar, e passear pelas milhares de ilhas já existentes fazendo sua pseudo-evangelização. Sem dúvida entraria em contato com muito mais pessoas do que o número de pessoas que visitam a Ilha Fantasma Canção Nova. Ainda que, mesmo assim – se cadastrar e contribuir com a audiência – também é um erro, já que este é também um dos fatores que promove o serviço, como mostrado anteriormente.
Mas no caso da Canção Nova, o buraco é mais em baixo ainda. Para saber onde mais a Canção Nova erra feio, basta prosseguirmos nos pontos fundamentais que distanciam o Second Life de um verdadeiro meio de comunicação:
Vamos desconsiderar, por momento, o "contexto" atuante na mensagem e as "condições impostas" para se evangelizar dentro do Second Life. Desta forma, podemos supor – assim como foi comprado um espaço no Second Life – também a compra de um espaço no intervalo de uma das novelas da Rede Globo, ou ainda, o que servirá melhor como exemplo: a compra do espaço referente a uma página na revista Playboy.
Imaginem! O leitor, com sua sexualidade muito deturpada, ao folhar as páginas desta revista pornográfica inesperadamente se depararia com um "maravilhoso" anúncio do "Caminho, da Verdade, e da Vida"! Pense que "lindo" seria! E então, este leitor se daria conta que aquela revista é prejudicial pra ele, e a largaria.
Mas ainda, neste mundo cor-de-rosa, temos que desconsiderar algo mais: também o fato que nenhum veículo, seja a Playboy ou a Rede Globo, aceitaria um anúncio que fosse contra seus próprios valores, um anúncio que pregasse aquilo que culminaria no fim da sua própria existência ou na inconveniente mudança de postura. Pois, você acredita mesmo, que a Canção Nova está dentro do Second Life, entre outras coisas, para fazer as pessoas acordarem daquela vida de ilusões? Acredita ainda que a Linden Lab (proprietária do Second Life) aceitaria o estabelecimento, dentro dos seus domínios, de uma ideologia que acarretaria na perda de consumidores?
Tudo não passa de uma grande mentira, é tudo evangelização de faz de conta; pois está compromissada somente até o ponto em que a Verdade não exponha a vaidade que os levaram lá pra dentro.
No mundo real, onde não viramos a cara para a Verdade, onde deixamos que a Luz exponha nossas misérias, onde não fechamos os olhos para fatores fundamentais que implicam fortemente nas nossas ações; neste mundo, a compra do espaço de uma página numa revista pornográfica representa parte do dinheiro (seja 1% ou 0,00000001%) do que mantém esta revista de pé; do que mantém toda uma ideologia pagã sobrevivendo. Somado ao dinheiro de outros anunciantes e da compra da revista pelos leitores, é tudo o que os mantém funcionando + o lucro que os incentiva a continuar agindo como vem agindo.
Quinze mil reais mensais é o valor que a Canção Nova paga por um espaço dentro do Second Life. Com 15 mil reais mensais, fora o montante já dado na compra das 25 ilhas e de mensalidades passadas, a Canção Nova é o 2º maior financiador brasileiro do Second Life e da sua proposta desmoralizadora de vários valores cristãos.
Um meio de comunicação verdadeiro, principalmente por sua constituição, é isento de necessidades financeiras, não pertence a uma única pessoa ou a um grupo delas, pertence a todos; sua utilização é isenta de copyright, ela é feita por concessão. Você não paga pela luz, você não paga pela corrente elétrica, você não paga pelas ondas eletromagnéticas, assim como não paga pega água ou pelo ar; como são a própria natureza concedida por Deus aos homems, nunca podemos tê-la de fato, não está a venda, apenas a administramos. A manipulação da natureza de forma a facilitar cada vez mais a comunicação, ao ponto que para você só precise de um "clique" do mouse para entrar em contato com alguém que está longe, é resultado da inteligência do homem, do seu trabalho, da sua aplicação; e por isso você se dispõe a pagar, justamente; mas nunca sem consciência de que sujeitos, sempre que possível, a índole vacilante do homem que controla toda esta facilidade que para nós torna-se disponível. A Rede Globo, a TV Canção Nova, uma produtora de filmes, a Revista Playboy, a Revista Veja, o Second Life, o portal Canção Nova, não passam de formas de se comunicar. E como "formas", isentos de um apoio incondicional da Igreja Católica.
É lógico que a cada exaltação oficial que a Igreja faz dos meios de comunicação não cabe um vasto parênteses, entretanto, é fácil constatar sua verdadeira e integral postura quando se vai além de "3 parágrafos"; quando se vai além do conveniente, assim como mostrei no decorrer desta carta.
Eu sou publicitário, mas cada vez mais eu tenho receio de falar que sou um deles, que sou assim como um João Mariano ou uma Cynthia Mattosinho, que sou como a maioria dos profissionais da minha área, que dão voz ao orgulho, a vaidade, a prepotência. Não! Eu não sou como eles. Da mesma forma, atualmente, eu tenho receio em falar que sou católico. Entre o católico quente defensor da doutrina católica e o católico dito "não praticante" (comumente definido como aquele que não vai à missa), entre estes dois extremos, eu tenho nojo é daquele católico mediano, medíocre, que vem manchando mais gravemente a fiel definição de ser "católico". Prefiro dizer que busco a santidade, do ser confundido com estes católicos medíocres. Prefiro sentar-se à mesa de um católico frio, não praticante, do que sentar junto à mesma de um católico medíocre. Um católico frio pelo menos é humilde e até mais verdadeiro no que diz respeito a sua fé e a sua prática. Hoje já não basta dizer que é católico, o verdadeiro significado de ser "católico" está sendo conturbado, para dizer que você é católico de valor hoje em dia você precisa se desdobrar, mostrar sua sede de santidade, e até mesmo precisa usar da comparação com aqueles que professam sua fé somente de fachada, para então se fazer entender. Eu sou católico, mas não sou como eles. Esta carta é o exemplo da minha ânsia. É o meu vomitar.
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